Sydney - O cubano Arturo Miranda, especialista em saltos ornamentais no trampolim de três metros, que iria competir pelo Canadá nos Jogos Olímpicos, teve sua participação vetada pelas autoridades esportivas de seu país de origem, segundo anúncio feito pelo próprio atleta em Sydney.
O Comitê Olímpico do Canadá recebeu nesta quarta-feira uma notificação do Tribunal Arbitral do Esporte, na qual o órgão afirmava que não podia fazer nada frente a decisão de Cuba, que se apoiou no artigo 46 da Carta Olímpica.
A cláusula permite que uma nação proíba a participação nos Jogos - por outro país - de um atleta que já tenha defendido sua própria bandeira e cuja nova cidadania tenha menos de três anos de registro.
"Sinto-me um pouco confuso com a decisão das autoridades cubanas. Deixei a Ilha legalmente, com todos os documentos em dia. É um golpe muito duro para mim. Defendo o Canadá agora, mas Cuba sempre será o meu país, é uma terra que amo profundamente", disse o atleta.
Miranda, de 29 anos, segundo lugar na seleção canadense de saltos ornamentais no trampolim de três metros, chegou ao Canadá em outubro de 1995 e obteve a nacionalidade depois de três anos de residência no país.
O atleta abandonou Cuba seguindo sua namorada canadense, com quem mora atualmente. Ela trabalha com turismo e voltou para o Canadá depois que seu contrato de dez anos na Ilha acabou.