Por Oliveira Júnior

Cuiabá - Sem chances de classificação na Copa João Havelange, o União pediu nesta quinta-feira à CBF e ao clube dos 13 que sejam canceladas as próximas partidas do clube no Módulo Branco da competição: contra Etti Jundiaí (sábado), Comercial, em Ribeirão Preto, e Madureira, em Rondonópolis.

"Se não houver nenhuma penalidade, vamos parar por aqui, senão vamos ter que cumprir tabela", disse o diretor do clube, Jânio de Oliveira.

A derrota de 2 a 0 para o Malutron, na última quarta-feira, pôs fim às esperanças do representante de Mato Grosso na competição, mas a justificativa pelo abandono não é matemática da tabela e sim das contas do clube. São R$ 15 mil dívidas que a diretoria não sabe de onde tirar para pagar os jogadores contratados; a maoiria com salários em torno de R$ 300. A folha mensal não chega a R$ 18 mil.

E foi exatamente essa crise, provocada pela falta de patrocínio, que puxou o futebol do time para baixo. Com os salários atrasados, os jogadores ameaçaram greve e por pouco deixaram de entrar em campo.

O estranho é que durante o Campeonato Estadual, onde o time investiu R$ 350 mil, só a reclamação do atraso dos salários culminou com a dispensa de dois jogadores titulares e do técnico Edson Boaro. Sem o mesmo respaldo financeiro, na Copa João Havelange, o presidente do clube, Gilmar D’Moura não podia mandar ninguém embora.

Para tentar amenizar a crise, D’Moura foi aos vestiários e anunciou que ratearia a renda do jogo entre os atletas. Pior ainda: a promessa terminou em chacota, já que menos de 100 pessoas pagaram ingresso para assistir a mais uma derrota do clube.

Eliminado na segunda fase do Campeonato Matogrossense dessa temporada, o União nunca foi campeão estadual - está há 27 anos na fila, mas foi indicado pela Federação Matogrossense de Futebol (FMF) para disputar a competição, porque os semifinalistas Mixto, Sinop e Juventude não receberam o "convite" oficial. O Palmeiras de Barra do Bugres foi desfiliado pela mesma FMF, por protestar contra uma decisão do TJD local.

Se a idéia do presidente era montar um "laboratório", como ele mesmo anunciou, para o Estadual de 2001, foi picado pelo próprio veneno. "Todos os jogadores serão dispensados", disse o diretor Jânio de Oliveira.

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