Sydney - Mergulhar ereto e fino como um alfinete, sem respingar uma gota d'água. Esse é o sonho de Juliana Veloso e Cassius Duran, os dois representantes brasileiros nos saltos ornamentais em Sydney.
"Temos que entrar na água a 90 graus em relação à superfície. No salto ornamental não existe sorte. É repetição e autoconfiança para dar o salto perfeito", disse Duran à Reuters durante uma sessão de treinamento no centro aquático do Parque Olímpico.
De acordo com ele, a posição dos braços e da cabeça também é importante durante o tempo de apenas dois segundos que dura um salto. Poucos centímetros de oscilação para o lado errado podem virar sinônimo de nota baixa.
Os favoritos para a competição são Cuba, Estados Unidos, Rússia e China. O bloco seguinte, onde o Brasil se insere, tem cerca de 20 saltadores do mesmo nível, diz o técnico de ambos, o cubano Francisco Matos.
"Vai ganhar quem não estiver nervoso", arrisca Duran.
O favoritismo no lado feminino também inclui o Cazaquistão, o México e o Canadá. Juliana tem como meta olímpica chegar à final.
"Para isso vou ter que desbancar uma das favoritas, o que já não é pouca coisa para uma modalidade que desde as Olimpíadas de 1956 em Melbourne, também na Austrália, não tem uma classificação decente para o Brasil", diz ela, lembrando que a melhor posição que o país já atingiu nesse evento foi o 16º lugar.