Sydney - Nem o impacto mundial dos Jogos Olímpicos salva o dólar australiano da pior crise de sua história. Enquanto o comitê organizador das Olimpíadas de Sydney prevê eufórico um lucro superior a 500 milhões de dólares com a organização do maior evento do planeta, a moeda local despenca a níveis nunca vistos.
Cotada na sexta-feira a 54,86 centavos de dólar americano, a moeda australiana assusta os especialistas e deixa os turistas maravilhados com o poder de compra do dinheiro estrangeiro em Sydney.
Um tênis Nike de última geração, daqueles vendidos em apenas três tamanhos -- pequeno, médio e grande --, com capacidade de se adaptar ao pé do usuário, custa menos de 100 dólares, o equivalente a 180 reais. Enquanto houver espaço na mala, os turistas não param de comprar.
Pela primeira vez na história dos Jogos, a moeda do país organizador do evento despenca justo no momento em que a economia local ocupa o centro do palco internacional. Nos Jogos de Barcelona, em 1992, e de Atlanta, em 1996, tanto o dólar americano quanto a peseta subiram empurrados pelo alto astral olímpico.
Nos Jogos de Los Angeles, em 1984, o dólar australiano valia 87 centavos americanos. Em Seul, 1988, estava caindo para 81 centavos e em Barcelona, 1992, tinha baixado para 0,73 dólar.
Apesar de ter ganho algum terreno nos jogos de Atlanta, 0,77 dólar, a moeda australiana desabou de vez quando a tocha olímpica chegou a seu território. "Sydney é uma cidade de Primeiro Mundo com uma moeda do Terceiro", diz o jornal The Australian, preocupadíssimo com o vexame do dólar australiano na abertura da Olimpíada.