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Fofão é dúvida contra a Austrália
Sábado, 16 Setembro de 2000, 14h14

Sydney - A recuperação da levantadora Fofão, que não pôde jogar na fácil vitória sobre o Quênia na estréia da Olimpíada de Sydney, é a prioridade do técnico Bernardo Rezende, o Bernardinho. A jogadora tem reclamado de dores provocadas por uma tendinite no tornozelo direito e dificilmente terá condições de jogar nesta segunda-feira, a partir das 4h30 no horário de Brasília, contra a Austrália, novamente no ginásio do Entertainment Centre, em Darling Harbour.

"É ruim se machucar a três dias do início da Olimpíada, mas acho que vou me recuperar logo", comenta a atleta, de 30 anos, que está em sua terceira Olimpíada, a primeira como titular absoluta. "Treinei muito para chegar até aqui." Capitã do time desde a saída de Ana Moser, que abandonou o esporte por causa de lesões nos joelhos, Fofão tem conseguido substituir bem Fernanda Venturini na função. As suas atuações têm chamado a atenção e justificado o fato de ser atualmente a levantadora mais valorizada do País.

Mesmo sem a levantadora titular, o Brasil não deve encontrar maiores dificuldades contra a Austrália, apesar de o time ser bem mais forte do que o Quênia. Bernardinho elogia a armação tática do adversário. "É uma equipe que sabe jogar e que evoluiu bastante nos últimos anos por ter disputado muitos torneios internacionais", lembra o treinador. "Embora não esteja entre os times de ponta, temos de tomar nossas precauções."

O fato de enfrentar os dois adversários mais fracos do grupo no início do torneio, quer era encarado com restrições pelo treinador, acabou sendo positivo. Afinal, o time ganhou mais tempo para recuperar Fofão e, ao mesmo tempo, dar ritmo de jogo a Virna, que há 35 dias não disputava uma partida oficial. Bernardinho lembra, porém, que a partir da terceira partida, contra a China, os obstáculos serão cada vez maiores na competição.

Na estréia contra Quênia, o Brasil precisou de apenas 55 minutos para vencer por 3 a 0, com parciais de 25/8, 25/11 e 25/13. Virna foi a maior pontuadora do jogo, com 17 pontos - 13 de ataque, 2 de bloqueio e 2 de saque. Com exceção de Fofão, que nem tirou o agasalho, todas as outras atletas entraram em quadra. "Fiquei aliviada em poder jogar", diz Virna, que sofreu com uma inflamação num osso do pé direito. "O ponto positivo de nossa vitória foi a concentração", prossegue. "Mesmo diante de um adversário frágil, a equipe atuou com seriedade."

Quênia contou com uma pequena torcida, formada basicamente por pessoas credenciadas para a participação na Olimpíada. Apesar da enorme diferença de nível técnico entre as duas equipes, os torcedores africanos vibraram muito com os poucos pontos marcados, especialmente no terceiro set. A seleção queniana é semiprofissional e é orientada pelo japonês Sadatoshi Sugawara. O Japão, aliás, não conseguiu classificação para o vôlei feminino e masculino da Olimpíada.

Agência Estado

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