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Ameaça de bomba teria atrasado socorro a Ohata
Domingo, 17 Setembro de 2000, 02h04

Sydney - Uma ameaça de bomba no Aeroporto Internacional de Sydney foi a alegação utilizada pela União Internacional de Triatlo (ITU) para justificar o atraso no atendimento médico à brasileira Mariana Ohata, que se feriu na manhã de ontem (noite de sexta-feira no Brasil) ao cair da bicicleta na prova feminina de triatlo dos Jogos Olímpicos. Mariana envolveu-se em um acidente com outras atletas, bateu a cabeça no chão e feriu o ombro.

O atendimento de emergência demorou a chegar e até Mariana ser removida para o ambulatório montado sob as arquibancadas do Opera House passaram-se 45 minutos. O presidente da ITU, Les McDonald tentou convencer o chefe da equipe brasileira de triatlo, Lauter Nogueira Júnior, de que o procedimento de socorro foi o correto e sem atrasos. Depois disse que o fato de haver apenas quatro ambulâncias numa prova com 48 atletas foi conseqüência de um telefonema anônimo ao aeroporto internacional, avisando que haveria uma bomba num avião que pousaria na manhã de ontem. "Todos os hospitais da região e as ambulâncias ficaram de prontidão para atender a possíveis feridos em caso de explosão", disse McDonald a Lauter Nogueira.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, recebeu um pedido formal de desculpas do diretor-médico do Comitê Olímpico Internacional (COI), Patrick Schamasch.

Choro - Ainda com dores no pescoço e no ombro direito, Mariana Ohata deixou o hospital na tarde de ontem e foi para a Vila Olímpica. Hoje deverá ser liberada para ficar com os pais, Milton e Sara, que estão em Sydney. O médico da delegação, João Grangeiro Neto, disse que os exames não acusaram nenhum problema mais sério com a atleta. "A Mariana chorou muito por ter saído da Olimpíada dessa forma", disse o pai da atleta.

O impacto da queda foi tão forte que o capacete de Mariana se partiu. Carla Moreno, que também não terminou a prova, contundiu-se na coxa direita.

"Ela sofreu a contusão por esforço", disse o técnico da equipe, Marcos Paulo Reis. Carla vinha fazendo tratamento de uma tendinite no joelho direito, que pode estar relacionada ao problema. Reis desmentiu a informação de que Carla se machucara ao bater o joelho em um bloco de concreto utilizado para delimitar a pista.

O Estado de S.Paulo

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