Sydney - Austrália e Estados Unidos são as duas seleções consideradas mais fortes no torneio de basquete feminino dos Jogos Olímpicos de Sydney. Evitar as australianas não foi possível. A seleção está no grupo do Brasil, que amargou uma derrota por 81 a 70 (39 a 36).
Mas fugir de cruzar as norte-americanas, profissionais da WNBA (liga de basquete profissional feminino), nas semifinais, ainda é possível. Basta não ficar em quarto e último lugar do grupo para não correr o risco de encontrar o primeiro da outra chave que o técnico Antônio Carlos Barbosa considera ser o posto das norte-americanas, atuais campeãs mundiais e olímpicas. "É uma luta para ficar em primeiro ou fugir do quarto", afirmou o treinador. "O segundo ou o terceiro lugares tanto faz, não muda nada."
A ala Janeth Arcain, a cestinha do Brasil contra a Austrália, com 27 pontos, deixou a quadra, depois da derrota, dizendo que a seleção não pode esmorecer. "A Alessandra está indo muito bem, a Helen também, e as mais novas estão estimuladas a ajudar", acentuou Janeth. O Brasil tem uma derrota, mas também soma uma vitória, na estréia, contra a Eslováquia. Helen, que vem atuando como ala e armadora, segue a mesma linha de raciocínio. Observa que o grupo "não pode abaixar a cabeça por causa de uma derrota".
Mas o próximo adversário, teoricamente o mais fraco do grupo, também exige atenção. O Senegal, o adversário menos tradicional da chave do Brasil (França e Canadá são os outros), tem quatro jogadoras que atuam na WNBA, entre elas Astiou Indiaye, que joga na equipe de Claudinha.
"Por isso é que temos de pensar em um adversário de cada vez. Brasil e Senegal jogam à 00h30 de quarta-feira.
Helen, de 27 anos e 1,76 m, acha que, independentemente do resultado, o importante é saber que o Brasil hoje, mesmo sem Paula e Hortência - as duas estão em Sydney como comentaristas de tevês - é um time respeitado pelos adversários e conhecido internacionalmente. E com jogadoras também com trânsito no basquete mundial.
Alessandra fala com jornalistas italianos, que cobrem o seu clube, em Como. Janeth conversa em inglês com os norte-americanos, que trabalham com a WNBA - seu time, o Houston Comets, é tetracampeão. "A Paula e a Hortência abriram o caminho e nós temos de trabalhar para manter o nosso lugar de honra."