Sydney - Mesmo tendo sofrido uma esmagadora derrota, por 6/1 e 6/1, em pouco mais de meia hora, o beninense Christophe Pognon experimentou uma "enorme felicidade" durante esta partida, da primeira fase eliminatória do torneio olímpico de tênis.
Seu adversário, é certo, foi Gustavo Kuerten, o carismático tenista brasileiro atualmente o terceiro do ranking mundial.
"Quando soube que iria jogar com ele, pulei de alegria considerando que seria a oportunidade de minha vida. Mais vale perder contra Kuerten que contra um anônimo número 300 num nivel mundial", disse o beninense, que não figura nesta lista.
"No começo da partida, estava nervoso, tive medo. Mas, depois fui relaxando e entrando no jogo", comentou.
Como o africano queria servir muito bem para "pôr em perigo" seu famoso adversário, cometeu quatro duplas faltas consecutivas e apenas estava começando a esquentar e já tinha um marcador contrário de 4-1. E esse foi o ritmo de todo esse fugaz encontro. Somente nos três últimos sets da partida Pognon fez alguns pontos, e pode-se então observar que é um bom pegador dos dois lados da raquete.
E uma vez terminada a partida, sob um prolongado aplauso do público, Christophe Pognon tirou uma pequena máquina fotográfica do bolso e pediu a um rapaz que recolhe bolas que imortalizasse esse primeiro grande momento de sua carreira.
Com seu sorriso amplo e franco, "Guga" o abraçou e o felicitou: "Good Match!".
Até hoje, o melhor jogador que o beninense já tinha enfrentado era o armênio Sargis Sargsian na Copa Davis, quando este era o número 98 mundial.
Curiosamente, o que mais o impressionou no brasileiro, temido por seus golpes de direita, foram as mudanças de ritmo durante o jogo.
Christophe Pognon tem 22 anos e joga tênis desde os 10, mas em nível de competição está nas quadras há apenas um ano. Seu treinador sempre foi seu pai, Gregoire, engenheiro de aviação civil apaixonado pela raquete, mas que começou a jogar muito tarde, quando estudava matemática superior em Paris.
Quando no final de julho Chrisrophe recebeu um convite especial do Comitê Olímpico Internacional (COI) estava pronto para viajar e disputar um torneio satélite, mas cancelou imediatamente seu programa e preferiu ir a Sydney, onde ficará até o final do torneio de tênis para "beber" com os olhos todos os campeões ali concentrados.
Na África há poucos tenistas: "Como não podem competir com os 'grandes', aos poucos abandonam o esporte", lamenta o jovem beninense que mais tarde quer ser professor... de tênis, evidentemente.