Sydney - Apesar de se dizer feliz pela liberação de Sanderlei Parrela, o técnico Luiz Alberto Oliveira cobrou responsabilidades pelo episódio que quase tirou o atleta da Olimpíada de Sydney. Parrela, vice-campeão do mundo nos 400m, foi inocentado nesta terça-feira pela comissão antidoping da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), depois de ter sido suspenso preventivamente por dois anos, acusado de ter corrido dopado o GP Brasil de Atletismo, em maio deste ano.
"Ele teve prejuízos profissionais e morais. Agora eu quero saber quem é que vai pagar por isso", disse o treinador.
Oliveira fez críticas à IAAF. Ele afirmou que a entidade terá de alterar os parâmetros para determinar se um exame é positivo ou não para doping. Ele diz que no exame de Sanderlei, por exemplo, foi encontrada pequena quantidade do metabólico norandrosterona (2.0 por mililitro), mas diz já existir comprovação científica de que o organismo pode produzir a substância em níveis muito superiores (até 10 por mililitro), quando submetido a esforço físico.
O treinador de Parrela Oliveira começou a fazer um levantamento do prejuízo que a acusação provocou na vida e na carreira de Sanderlei. Disse que o atleta gastou pelo menos US$ 40 mil na contratação de advogados e na preparação de sua defesa junto à comissão de doping da IAAF. Além disso, deixou de ganhar outros US$ 100 mil, com a suspensão.
"Ele deixou de participar de provas importantes do calendário mundial, justamente quando liderava o ranking", afirmou. Ainda assim, o corredor não pretende mover ação contra a entidade ou o laboratório que realizou o teste.