Sydney - O lema preferido deles é "tenha um bom dia". Trata-se de um exército de 47 mil voluntários dispostos a fazer de tudo, desde consolar crianças até controlar os irascíveis jornalistas que cobrem os Jogos Olímpicos de Sydney.
Gloria Morley, uma vovó de 62 anos que vive em Gosford, leva uma hora e meia todo dia para chegar a Sydney de trem.
Termina seu turno à meia noite e meia nas instalações do basquete, onde é encarregada dos achados e perdidos e dos carrinhos de bebê.
Seu pagamento? Um vale alimentação por dia, transporte grátis e um uniforme de voluntário do Parque Olímpico. Mas não é pela recompensa que Morley e outros participam.
"Estamos loucos, né?", diz Morley com um sorriso. "É uma oportunidade única na vida. Para mim não há outra olimpíada. Esta era a forma de ser parte do ambiente."
Os voluntários, conhecidos como "vollies" na linguagem dos organizadores, têm entre 18 e 85 anos de idade. Alguns têm 15 anos, como os pegadores dos jogos de tênis. Em qualquer lugar, a qualquer solicitação, eles tentarão ajudar, quase sempre com um sorriso.
Os organizadores dizem que o êxito do programa de voluntários não é somente resultado da hospitalidade australiana e do espírito festivo que caracteriza o país.
Quando o programa começou, há quase três anos, a organização estudou as experiências dos Jogos de Atlanta e de Barcelona, para poder apropriar-se das boas experiências e descartar as más.
Uma das lições aprendidas foi colocar os voluntários para trabalhar no lugar onde queriam. Cada um deu três opções e, de acordo com a organização, 80 por cento dos pedidos foram atendidos.
Há ainda 600 voluntários estrangeiros, a maioria dos Estados Unidos e do Japão.