Brisbane - O maior trunfo da seleção de Camarões é a experiência internacional de seus atletas e o preparo físico. Dos 18 jogadores convocados pelo técnico Jean Paul Akono, 13 atuam na Europa e, por isso, ele teve dificuldades de reunir o grupo com antecedência para os treinos, tal a má vontade de alguns clubes em liberar os atletas.
A equipe de futebol de Camarões nunca participou de uma Olimpíada, mas tem o mérito de ter derrotado recentemente a Nigéria, atual campeã dos Jogos, em partida válida pela Copa África.
Em seu país, a seleção é conhecida como o grupo dos "leões indomáveis". Na primeira fase da competição, na Austrália, a equipe africana obteve bons resultados e terminou em segundo lugar no Grupo C.
Logo na estréia, empatou com os Estados Unidos (1 a 1). Depois, venceu o Kuwait (3 a 2) e manteve-se invicta ao enfrentar, por último, a República Tcheca (1 a 1).
Ao contrário do que fizeram outras seleções, incluindo o Brasil, Camarões trouxe para a Olimpíada três jogadores com idade superior a 23 anos: os zagueiros Mimpo e Nguimbat e o atacante Mboma, companheiro do brasileiro Amoroso no Parma. O assédio dos europeus é tão grande à equipe que até o goleiro reserva Kamene, de 16 anos, já teve seu passe negociado para o Le Havee, da França.
Akono disse que não vai mudar a forma de atuar de sua equipe, mesmo tendo de enfrentar o Brasil. O estilo de futebol de Camarões segue a regra do que é praticado em toda a África: é leve e, às vezes, debochado, valorizando sempre o drible, as jogadas de efeito e o gol bem trabalhado.
O treinador, segundo um de seus assessores, Renu Vadso, é admirador dos dois Ronaldos do Brasil, o da seleção olímpica e o vice-campeão da Copa do Mundo da França. Além da dupla, Akono costuma citar Pelé, Zico, Garrincha e Romário como as principais referências do futebol brasileiro.
Ele não entendeu a ausência do atual atacante do Vasco na Olimpíada e fez uma observação carinhosa sobre o craque, admitindo que Romário, em seu país, é respeitado como um ídolo mundial do esporte.