São Paulo – O técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, afirmou, após a eliminação dos Jogos Olímpicos para Camarões, neste sábado, que pretende seguir à frente da seleção principal nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002.
“Temos faz tempo um planejamento de Copa do Mundo. As Olimpíadas estavam no meio do caminho, mas agora precisamos continuar. Há o jogo contra a Venezuela, no próximo dia 8”, lembrou referindo-se ao próximo adversário do Brasil.
Luxemburgo, porém, entregou a decisão sobre sua permanência ou não à frente da seleção ao presidente da CBF, Ricardo Teixira.
“O presidente é quem decide, mas estou pronto para seguir tocando o que estava planejado. Se o Ricardo Teixeira entender que o trabalho está ruim, mantenho minha tranqüilidade”, disse o treinador, sempre ao microfone da Rádio Bandeirantes.
Ao falar da eliminação nas quartas-de-final dos Jogos Olímpicos para a modesta seleção de Camarões, o técnico da seleção chama a responsabilidade, mas entrega uma parcela aos jogadores.
“Setenta por cento da culpa é minha, o comandante não pode deixar de ter a responsabilidade maior. Mas faltou paciência aos jogadores”, apontou o treinador, que prosseguiu: “Nosso primeiro tempo foi muito ruim. No segundo tempo, melhoramos, mas sem criatividade alguma”.
O técnico admite que o gol de falta marcado pelo meia Ronaldinho, já nos descontos da partida, foi quase um milagre.
“Quando tudo parecia perdido, o Ronaldinho fez aquele gol. Falei então aos jogadores que o impossível tinha acontecido, pedi calma. Mas faltou tranqüilidade na ligação com o ataque, todo mundo queria passar a bola direto”.
Wanderley encerrou a entrevista coletiva com uma frase de efeito sobre o futuro dos jovens atletas.
“Estou muito preocupado. Não comigo, mas com esses jovens de talento. Eles terão que ter personalidade para não ceder às críticas”.