Sydney - As jogadoras da seleção brasileira feminina de vôlei têm uma recomendação expressa do técnico Bernardinho para a partida contra os Estados Unidos, que decide neste sábado, a partir das 22 horas de Brasília, o primeiro lugar do grupo A da Olimpíada de Sydney: ninguém vai poder "cantar" as jogadas, só combiná-las por gestos. A preocupação do treinador é com o fato das atacantes norte-americanas Danielle Scott e Tara Cross-Battle, destaques do adversário, jogarem no Brasil há muito tempo e conhecerem bem a combinação de jogadas feitas no País.
A Danielle foi a maior pontuadora da última Superliga pelo BCN/Osasco, enquanto Tara ajudou o Rexona, o time de Bernardinho, a conquistar o título brasileiro desta temporada. "Vamos ter de esconder um pouco o jogo, não falar e armar as jogadas por sinais", lembra o técnico. "Os Estados Unidos têm um modo de atuar muito parecido com o nosso e detalhes podem ser importantes." Brasil e Estados Unidos são as únicas equipes invictas do grupo e já estão classificadas para as quartas-de-final.
As brasileiras levam a vantagem sobre o adversário na classificação geral apenas no primeiro critério de desempate: tem melhor saldo de sets. Bernardinho poderia até poupar alguma atleta nesta partida já que considera indiferente terminar em primeiro ou em segundo lugar da chave. "O jogo de vida ou morte é o das quartas-de-final, que vale classificação para as semifinais", comenta. "Estamos em uma fase que jogar junto é importante e podemos encarar a partida contra os Estados Unidos como um grande treino."
O treinador prefere que o time ganhe ritmo de jogo agora para fazer uma grande exibição na próxima fase já pensando nas semifinais, provavelmente contra Cuba ou Rússia. "A equipe tem de jogar bem para ganhar confiança", observa Bernardinho, que não gostou da atuação da seleção na vitória de ontem sobre a Croácia por 3 a 0 (25/21, 25/23 e 25-23).
"A vitória foi excelente, mas o desempenho de nosso bloqueio foi fraco e só fiquei contente com a reação do time, que perdia o terceiro set e conseguiu virar." A levantadora Fofão concorda com o treinador. Ela também acha que a seleção teve problemas na marcação, mas lembra que a Croácia foi o adversário mais difícil até agora na competição.
"Enfrentamos um time forte e que exigiu bastante", comenta a jogadora, que ainda sente dores no pé por causa de uma tendinite. "Por isso, mesmo com erros, fiquei contente com o resultado final." Como era esperado, o grande destaque da partida foi a atacante croata Barbara Jelic, considerada uma das melhores atletas do mundo. Ela foi responsável pela marcação de 23 pontos. No Brasil, a maior pontuadora foi Leila, com 14.