Sydney - Começa nesta terça-feira a primeira participação brasileira na prova de adestramento em uma edição dos Jogos Olímpicos, no Parque Eqüestre de Sydney. Jorge Ferreira da Rocha compete montando Quixote Lancianus.
Ele tenta fazer de sua participação um marco para o esporte no Brasil. Para isso também superou uma recente contusão sofrida nas costas na semana passada quando bateu com a sela nas costas.
"Vim para Sydney abrir caminho da nova geração que faz adestramento no Brasil", disse Jorge.
Jorge Ferreira da Rocha, de 55 anos, é o atleta de mais idade de toda a delegação brasileira. Formado em Medicina, dono de uma empresa de seguro-saúde, começou a montar somente aos 47 anos. Mostrando uma evolução impressionante, tornou-se campeão sul-americano com apenas cinco anos de prática.
"O brasileiro é apto a praticar todos os esportes muito bem. Não há porque ficarmos dependendo apenas dos coletivos, como futebol e vôlei. O hipismo é difundido no Brasil, mas ainda pode crescer bastante."
A primeira fase da prova olímpica de adestramento, chamada de Grand Prix, será disputada nos dias 26 e 27 - pelo sorteio realizado neste domingo, Jorge compete no dia 26. Os conjuntos realizam uma passagem na pista do Parque Eqüestre, realizando movimentos obrigatórios, como o trote, galope e algumas piruetas.
O objetivo do adestramento é mostrar o domínio do cavaleiro sobre o cavalo. "Muito importante é a harmonia entre o homem e o animal, a beleza dos movimentos", disse Marietta Almasy, técnica francesa de Jorge Ferreira.
Os movimentos são julgados por cinco juizes, que dão as notas aos conjuntos. Os 25 mais bem colocados passam para o Grand Prix Especial, no dia 29, onde novamente serão julgados pela harmonia e precisão dos movimentos.
No dia 30, será disputada a final do adestramento dos Jogos Olímpicos, o chamado Grand Prix Kür, com os 15 mais bem classificados pela soma das duas primeiras provas. Na final, os conjuntos se apresentam com fundo musical e realizam movimentos livres.
Rocha teve de brigar muito contra a contusão nas costas para participar da prova. Na última quinta-feira, a sela de Lancianus bateu forte nas costas do cavaleiro, durante um treinamento. Ele sentiu bastante, mas fez tratamento com os médicos do COB para se recuperar.
"Fiquei preocupado, mas melhorei muito nos últimos dias e vou participar da prova sem problemas", afirmou Jorge Ferreira da Rocha.
O interesse de Jorge no desenvolvimento do esporte no Brasil é tão grande que a sua treinadora foi trazida da França, há cinco anos.
"Eu e mais quatro cavaleiros dividimos os custos para treinarmos com Marietta. Trazer técnicos de fora é a solução para elevarmos o nível do adestramento no Brasil", disse o cavaleiro.
Marietta Almasy é um destaque do esporte na França, tendo participado de duas finais de Copa do Mundo nos últimos anos. Ficou em 12º na Holanda-99 e em décimo na Alemanha-98. A amazona quer se naturalizar brasileira, para formar uma equipe de adestramento no Brasil.
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