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Prata foi última medalha de Sotomayor
Domingo, 24 Setembro de 2000, 14h29

Sydney - A suspensão de um ano por uso de cocaína foi fatal para o cubano Javier Sotomayor, recordista mundial do salto em altura. Maior atração da prova na Olimpíada de Sydney, neste domingo, ele não conseguiu repetir as suas melhores atuações e acabou tendo de se consolar com a medalha de prata, com a marca de 2,32 metros. O ouro foi conquistado pelo russo Sergey Kliugin, que era o oitavo colocado no ranking mundial, com 2,35 m. O bronze ficou com o argelino Abderrahmane Hammad, com a mesma marca de Sotomayor, que teve melhor desempenho no geral.

O atleta cubano reafirmou depois de ter recebido a medalha que esta foi a última Olimpíada de sua carreira. Aos 33 anos, ele pretende competir apenas mais uma temporada antes de aposentar-se. "Já estou no circuito internacional de competições há 17 anos e não é fácil manter-se tanto tempo entre os melhores", comenta o atleta, que foi liberado para voltar às competições pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) apenas no início de agosto. "Um ano longe das pistas foi um duro golpe, que me abateu psicológica e tecnicamente."

Sotomayor aproveitou a entrevista coletiva, em que ofuscou o novo campeão olímpico, para mandar uma mensagem aos atletas jovens e dizer mais uma vez que é inocente da acusação de uso de drogas. "Que os atletas jovens façam tudo limpamente, sem o uso substâncias proibidas", diz. "Os sacrifícios são grandes, mas é indispensável ser limpo."

O recordista mundial teve o resultado positivo durante os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no ano passado, no Canadá. Foi suspenso por dois anos, mas teve a pena reduzida por causa de seu histórico no esporte. Ele é certamente um dos atletas mais testados em antidoping em todos os tempos por causa de seus ótimos desempenhos: saltou 230 vezes mais do que 2,30 metros; 90 vezes mais de 2,35 m; e 22 mais de 2,40 m.

O recorde mundial, estabelecido em 1993, é de 2,45 m. Ele espera que a marca resista por muito tempo ainda. "Acredito que ninguém quebre o meu recorde tão cedo", afirma. "Mas, evidentemente, ele não é eterno e um dia será batido."

Na prova deste domingo, Sotomayor foi atrapalhado pela chuva, que começou forte depois que Kliugin saltou 2,35 metros. "A chuva veio com vento forte e me prejudicou muito", explica o cubano. "Normalmente, não tenho dificuldades em condições climáticas adversas, mas este ano quase não competi e, por isso, estranhei bastante."

Kliugin admite que teve sorte. "A chuva me ajudou bastante", observa. "Sinceramente, não esperava ganhar a medalha de ouro", prossegue. "A vitória realmente me surpreendeu." O maior favorito da competição, na verdade, era outro russo. Vyacheslav Voronin, atual campeão mundial e líder do ranking da IAAF, com 2,40 m. Voronin saltou apenas 2,29 metros, terminando em décimo lugar.

Agência Estado

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