Sydney - Atenas está por um fio. O atraso nas obras e a desorganização dos gregos pode tirar a próxima Olimpíada da Grécia e devolvê-la a Sydney ou Atlanta. Por enquanto, o assunto é sigiloso, mas os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) já não escondem sua preocupação com os Jogos de 2004. Pela tradição do COI, que escolhe a sede com sete anos de antecedência, a cidade eleita precisa estar com as obras em andamento durante a realização da Olimpíada anterior. Em Atenas, nada está andando e, se não houver solução, a saída será trocar a cidade-sede.
Deve haver uma reunião nas próximas semanas para discutir o assunto, mas já há muita gente pessimista, pois os dirigentes do COI não sabem mais o que fazer. Até o responsável pela organização dos Jogos foi trocado este ano, mas nada parece ter funcionado. Além da lentidão das obras, que nem começaram, todos estão irritados com a burocracia grega e as dificuldades de organização. Nenhum prazo está sendo cumprido.
Durante a Olimpíada de Atlanta, em 1996, a maioria dos prédios do Parque Olímpico, em Sydney, estava com a construção adiantada ou já concluídos. O Centro Aquático, por exemplo, foi inaugurado em 1994, enquanto o Estádio Olímpico e um complexo para sete esportes ficaram prontos dois anos antes dos Jogos na Austrália. Enquanto isso, o Estádio Olímpico de Atenas ainda não saiu da planta. Para o COI, isso é uma das coisas mais inaceitáveis numa futura sede.
Como solução de emergência, o comitê já estuda a possibilidade de repetir Atlanta ou Sydney, cidades que organizaram os Jogos mais recentemente e estariam prontas para uma escolha rápida. Pressionados pela situação, os dirigentes gregos estão tentando mostrar serviço em Sydney. Na semana passada, o comitê organizador de Atenas 2004 distribuiu para todos os atletas desta Olimpíada um guia sobre a estrutura dos próximos Jogos.
Com um mapa e um CD ROM, o material descreve a cidade e as 268 instalações que serão utilizadas pelos participantes do evento. O problema é que, por enquanto, tudo isso é teoria. E desde que a Olimpíada virou um grande negócio, o COI não pode mais se dar a esse luxo.