Sydney - Um dos maiores mitos do esporte despede-se das competições na Olimpíada de Sydney. O ucraniano Sergei Bubka, dono da marca fantástica de 36 recordes mundiais entre torneios em pistas cobertas e ao ar livre na prova do salto com vara, luta para conseguir uma despedida honrosa, já que sofre com graves problemas em seu tendão de Aquiles direito. Aos 36 anos, além de não poder treinar direito, o atleta não conseguiu fazer uma boa pré-temporada. A sua melhor marca do ano é 5,60 metros, muito longe de seu recorde de 6,14 metros.
A última temporada realmente competitiva de Bubka foi a de 1997, quando o saltador conquistou o hexacampeonato mundial em Atenas. Depois disso, passou mais tempo em tratamento do que em treinamentos e em competições. Por isso, o desafio de competir em Sydney é enorme para o "czar" do salto com vara, que terá de enfrentar adversários bem mais jovens e, principalmente, bem mais preparados.
Dono absoluto de sua prova por mais de 14 anos, Bubka só não teve muita sorte em Olimpíadas. Não pôde competir em Los Angeles, em 1984, por causa do boicote decretado pelos dirigentes da ex-União Soviética.
Quatro anos depois, obteve a medalha de ouro em Seul, a única que tem nos Jogos. Em Barcelona, em 1992, passou pelo vexame de ser eliminado após três tentativas na prova final (alegou ter escolhido as varas erradas em função dos ventos no estádio). Em Atlanta, já com problemas no tendão, não conseguiu passar pela marca mínima de 5,60 metros.
O ucraniano não é o único sem muita sorte. O norte-americano Jeff Hartwig, que quebrou o recorde de seu país este ano com a marca de 6,03 metros - primeiro lugar no ranking mundial de 2000 -, não competirá em Sydney.
Favorito absoluto, ele não se classificou nas seletivas dos Estados Unidos, realizadas em julho, na cidade californiana de Sacramento.
Os grandes favoritos para a conquista da medalha de ouro olímpica na prova são os russos Maksim Tarasov, um dos atletas mais regulares do circuito internacional; o norte-americano Lawrence Johnson, terceiro colocado no ranking mundial, com 5,90 metros; o sul-africano Okkert Brits; e os alemães Tim Lobinger e Danny Ecker.