Sydney - Dos dois dias em que o Brasil ficou sem jogar no basquete feminino, um foi de folga e o outro de treino.
A seleção passeou, ficou longe do ambiente da Vila Olímpica, se descontraiu e depois voltou às quadras, para a última preparação antes das quartas-de-final. O técnico Antônio Carlos Barbosa pediu que as meninas fizessem uma autocrítica, depois de duas derrotas seguidas na fase de classificação, contra a França e o Canadá.
Ele tem esperança que a folga e a estratégia tenha dado certo. E que as meninas reencontrem o caminho da vitória na partida mais difícil e decisiva do torneio de basquete dos Jogos Olímpicos de Sydney, contra a Rússia, às 3h da madrugada desta quarta-feira (horário de Brasília). Os outros confrontos vão reunir Austrália e Polônia, França e Coréia e Estados Unidos e Eslováquia, pelas vagas nas semifinais.
Na história dos confrontos entre as duas equipes, o Brasil só tem uma vitória em dez jogos. Foi obtida durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, quando o Brasil estava no melhor momento de seu basquete e as russas ainda lutavam pela reestruturação do time que sofreu, como todos os esportes do País, com as mudanças políticas no leste europeu.
Mas a Rússia tem tradição: é dona de três dos seis títulos olímpicos do esporte, obtidos em 1976 e 1980, como União Soviética, e 1992 como Comunidade dos Estados Independentes (CEI). Os Estados Unidos ficaram com os títulos de 1984, 1988 e 1996.
Em 1998, no último Mundial da Alemanha, as russas já mostraram que tinham de novo um grande time, ficando com a medalha de prata na decisão contra os Estados Unidos. No ano passado, foram surpreendidas pela Polônia, na semifinal do Europeu e depois perderam a medalha de bronze para a Eslováquia.
"Com exceção dos Estados Unidos e da Austrália, todos os times aqui podem ser derrotados, inclusive as russas", afirmou o assistente-técnico, Paulo Bassul.
"Se o Brasil jogar bem durante 40 minutos pode ganhar de qualquer time, inclusive das russas, mas tem de jogar", afirmou Barbosa. O técnico referia-se à instabilidade que o time vem apresentando desde o início dos Jogos. O Brasil venceu a Eslováquia e o Senegal, depois perdeu para a Austrália, a França e o Canadá. As russas ganharam de Cuba, Polônia e Nova Zelândia e perderam para a Coréia e os Estados Unidos.
Os principais destaques da rússia são a pivô Natalia Zassoulskaia, Maria Kalmykova e Elena Karpova. O Brasil entra em quadra com Claudinha, Helen, Janeth, Cíntia Tuiu e Alessandra.