O fato de o Brasil estar decepcionando na última Olimpíada deste século não
surpreende a ex-jogadora de basquete Magic Paula, hoje comentarista da
Sportv. Desde que chegou aos Jogos, ela se mostrou cética quanto à
participação dos atletas brasileiros. E a explicação é muito simples: não
existe o mínimo apoio da cartolagem comandada pelo presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman.
"Ao contrário de outros países, o Brasil não tem um projeto olímpico. Ou
melhor, tem sim: é uma folhinha que os cartolas consultam para saber quando
e onde serão os Jogos. Então, não se pode mesmo esperar grandes resultados",
alfinetou Paula.
Ela lembrou que, nos últimos quatro anos, os australianos fizeram apenas
três coisas para competir em igualdade de condições com as maiores potências
esportivas: treinar, comer e dormir.
Branca, irmã de Paula e comentarista da ESPN Brasil, também jogou o fracasso
brasileiro nas costas dos cartolas. "O COB recebe uma boa grana e não
repassa ao esporte. Tem vários patrocinadores e o dinheiro não aparece. Não
há sequer um centro desportivo decente no país. Vivemos eternamente de
promessas. Não se pode cobrar nada do atleta", fuzilou Branca, medalha de
prata com o basquete em Atlanta, ao lado de Paula.
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