Sydney - A equipe brasileira do revezamento 4 x 100 metros rasos estréia a partir das 20 horas desta quinta-feira (horário de Brasília) na Olimpíada de Sydney com grande chances de brigar por uma medalha. O Brasil, bronze nos Jogos de Atlanta, em 1996, está em segundo lugar no ranking da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com o tempo de 38s24.
"Treinamos muito este ano para lutar realmente por um lugar no pódio", explica o técnico Jayme Netto Júnior, responsável pela preparação dos velocistas. "É uma prova com muitas possibilidades de erro por causa da passagem de bastão", prossegue. "Os atletas precisam ter percepção de tempo e espaço e também contar com a sorte."
A equipe, que fez estágios de treinamento em Manaus, na Itália e em Camberra, durante o período de aclimatação na Austrália, será formada por Vicente Lenílson, Édson Luciano Ribeiro, André Domingos e Claudinei Quirino. Dos quatro, Édson Luciano e André fizeram parte do revezamento que conquistou bronze em Atlanta, ao lado de Arnaldo de Oliveira e Róbson Caetano.
O investimento na preparação do revezamento é justificável. Os resultados recentes mostram que a equipe tem chances reais. No Pan-Americano de Winnipeg, no ano passado, por exemplo, a equipe ganhou a medalha de ouro, superando os favoritos canadenses. No Mundial de Sevilha, menos de um mês depois, os brasileiros terminaram em quarto lugar, atrás dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Nigéria.
Netto Júnior fez mudanças na equipe este ano. Para motivar o grupo, além de substituir Raphael de Oliveira por Vicente Lenílson na abertura da prova, ele inverteu a ordem. Agora, Claudinei corre os últimos 100 metros no lugar de André. Édson foi mantido como segundo homem. Raphael e Cláudio de Souza estão em Sydney como reservas na equipe.
Para evitar erros na passagem de bastão, os atletas treinaram muito a movimentação dos braços. Todos são destros, mas os dois que correm nas curvas têm de passar com a mão esquerda, enquanto os que competem nas retas usam a direita.
De acordo com o treinador, o revezamento terá de correr a prova entre 38s30 e 38s40 para garantir uma vaga para a final olímpica. Para conseguiu repetir a medalha de 1996, a expectativa é de que a equipe corra abaixo dos 38s00. O recorde sul-americano da modalidade é do time brasileiro, com 38s05, tempo obtido no ano passado, no Mundial de Sevilha.