Sydney - Candidato declarado a técnico da seleção brasileira feminina de futebol, Wilson Riça, o Wilsinho, 50 anos, atual auxiliar-técnico e desafeto do técnico Zé Duarte, já decidiu algumas mudanças que irá fazer caso seja confirmado no cargo pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Ele não vai aproveitar atletas que, em sua opinião, jogaram menos do que podem na Olimpíada de Sydney. "O mundo viu quem jogou mal nessa Olimpíada'', disse.
Wilsinho citou, especificamente, a meio-campista Sissi, a atacante Roseli e a zagueira Juliana. "É evidente que se for confirmado como técnico, vou fazer modificações no grupo de jogadoras e na comissão técnica."
O auxiliar é considerado o pivô dos problemas internos da seleção durante a Olimpíada. Ele, evidentemente, nega, mas não esconde que se considera o mais preparado para substituir Zé Duarte, que dificilmente será mantido.
"Quem é o melhor técnico do Brasil no feminino? É só fazer uma análise", afirma. "Eu sou o cara mais atualizado, conheço tudo, sei quem são e como jogam os adversários e ganhei tudo o que disputei'', completa, sem a menor modéstia.
Wilsinho, técnico do time feminino da Portuguesa, já treinou a seleção e foi terceiro colocado no Mundial dos Estados Unidos e na Copa Ouro. Foi substituído por Zé Duarte às vésperas da Olimpíada. Por causa disso, as jogadoras e o próprio Zé Duarte, indiretamente, o acusam de ter tumultuado o ambiente e boicotado o time.
"O técnico é quem escala e dirige o time; por falar nisso, sou o único auxiliar-técnico do mundo que é cobrado por resultados, nem o Candinho (auxiliar de Wanderley Luxemburgo) sofreu essa pressão na seleção masculina'', disse.
Wilsinho terminou a Olimpíada isolado da maior parte das jogadoras. No embarque da seleção de volta ao Brasil seu isolamento foi facilmente percebido. Ninguém conversava com ele.