Sydney - A conferência de imprensa depois da derrota da seleção de futebol feminino dos Estados Unidos para a Noruega nesta quinta-feira, no jogo que decidiu a medalha de ouro em Sydney, teve como principal estrela uma caixa de lenços de papel. As norte-americanas bem que tentaram controlar a decepção pela perda da medalha de ouro, considerada totalmente inesperada. Cada jogadora que tentava explicar o que aconteceu na partida, perdida na prorrogação por morte súbita, começava a chorar, a começar por Mia.
"Tentamos tudo o que podíamos e o nosso consolo é que fizemos um jogo de alto nível", disse a estrela do time norte-americano. Após falar algumas palavras sobre o orgulho que sentia ao trabalhar com sua equipe e todo o trabalho que tem sido feito para promover o futebol feminino nos Estados Unidos, a meia começou a chorar e teve de interromper a entrevista.
As companheiras de equipe logo puxaram alguns lenços de papel. "Puxa! Vamos parar com isso!", pedia.
A técnica April Heinrichs tentou salvar a situação, mas ao falar sobre o trabalho realizado pelo time e do esforço durante os Jogos, começou a chorar também e as jogadoras repassaram a caixa de lenços. A palavra foi tomada por outras atletas e boa parte do time acabou se emocionando. A caixa chegou a voar pelo palco de uma mão para outra.
No fim, a conclusão de April foi de que o time fez um grande trabalho de preparação e acabou perdendo para um adversário eficiente em seu estilo de jogo defensivo e nas jogadas aéreas. Ela diz ter aprendido muito durante a competição e elogiou o time da Alemanha, que, segundo ela, foi o que mais apresentou inovações táticas ao longo do torneio.
A técnica norte-americana não quis justificar a derrota para as norueguesas pela má arbitragem, mas foi categórica ao dizer que, tanto na competição masculina quanto na feminina, o nível dos juízes foi bem ruim. "Se o árbitro que anulou o gol do Brasil contra Camarões fosse uma mulher, pegava dois anos de gancho", afirmou.