Sydney - Os Estados Unidos ganharam a medalha de ouro no torneio de basquete masculino dos Jogos de Sydney, mas perderam a mística que marcou o domínio do time desde 1992, quando os jogadores da NBA começaram a participar de Olimpíadas.
Desde Barcelona-92 até Sydney-2000, o time norte-americano não havia colocado uma margem menor que 22 pontos sobre seus adversários.
Na Espanha, a média foi de 43.8 pontos. Em Atlanta-96, caiu para 32.3.
Apesar de ter mantido a invencibilidade de 25 jogos, o time deste ano ganhou os seus últimos cinco jogos com diferença de 15 pontos ou menos. E quase perdeu uma vaga na final para a Lituânia, vencendo a semifinal por apenas dois pontos de vantagem.
``Já não é uma medalha de ouro automática'', disse Ray Allen, do Milwaukee Bucks. ``Os times estão chegando com um olhar diferente. Certamente têm mais talentos do que nunca e não têm nada a temer, somente a ganhar.''
A seleção de 1992 era tão boa que recebeu o apelido de ''Dream Team'' (time dos sonhos). Os adversários derrotados pediam autógrafos aos norte-americanos.
O apelido também se justificou em 1996. Mas agora, antes mesmo das Olimpíadas de Sydney, já era sabido que a diferença em relação a outras seleções diminuiria.
Até o chefe da NBA David Stern admite que a equipe dos Estados Unidos -- selecionada pelo alto escalão da liga profissional de basquete -, pode vir a perder um jogo em breve.
Mas o que é ruim para os Estados Unidos é bom para o esporte. ``O dia (da derrota) está chegando, sem dúvida. É inevitável. Mas é ótimo ver o desenvolvimento do esporte norte-americano na escala global'', disse Stern.
``É o que tínhamos em mente em 1987, quando a idéia apareceu. Tanto a Fiba (Federação Internacional de Basquete) e a NBA concordaram que a melhor coisa a fazer é expor a competição internacional à NBA'', disse.
O time feminino também manteve o título. Mas, com bom desempenho na final diante da Austrália, mereceu o respeito do público que seus colegas homens nunca tiveram em Sydney.