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Cavaleiro amador medalha de bronze quer mais
Terça-feira, 03 Outubro de 2000, 11h17

Porto Alegre - Para atingir aquele que se tornou agora seu maior objetivo, André Johannpeter não pretende abrir mão da sua bem sucedida carreira de cavaleiro amador. O sonho de conquistar uma medalha individual em uma olimpíada continuará cavalgando em paralelo com sua vida de empresário.

O único gaúcho a conquistar medalha em Sydney desembarcou ontem no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e pareceu surpreso com a calorosa recepção.Cercado pela imprensa e por alunos da escolinha de equitação da Sociedade Hípica, André exibiu orgulhoso sua segunda medalha de bronze ganha com a equipe brasileira de saltos, mas não repetiu outros atletas, que posaram com o prêmio entre os dentes.

”Medalha não se morde, se beija”, brincou. O tímido André contagiou o saguão com o sorriso de quem sagrou-se o quarto melhor cavaleiro do mundo, posição mais alta do Brasil desde Helsinque, em 1952. “Esperava ir bem, mas não tão bem assim”, relatou André. “É a melhor sensação do mundo.”

Único amador do time brasileiro, André garantiu que não planeja deixar as empresas da família (Grupo Gedau) para se dedicar só ao hipismo. “Optei por priorizar minha profissão e não tenho porque mudar. Consigo conciliar bem as duas coisas.”

Apesar de reconhecer que o cavalo Calei dificilmente saltará com ele na Olimpíada de Atenas, em 2004, André acha que é cedo para falar em aposentar o companheiro. “Ele estará com 19 anos, mas não será impossível. O Calei está em grande forma e enquanto estiver saltando bem vai competir”, garante.

Antes de dar o ano esportivo por encerrado, André participará de competições na Argentina e em São Paulo, que serão qualificatórias para a próxima Copa do Mundo. André considerou uma fatalidade o episódio que tirou a esperada medalha de ouro de Rodrigo Pessoa. “Não era para ser a olimpíada do Brasil. Não foi só o Rodrigo, outros tantos também chegaram muito perto e não conseguiram”, lembrou.

André contemporizou as declarações de outro integrante da equipe, Luiz Felipe de Azevedo, que afirmou que as atenções a Rodrigo são excessivas em detrimento aos demais . “Numa competição por equipe, o resultado depende dos quatro. Todos precisam saltar bem”, analisa. “Mas o Rodrigo era de fato quem estava em melhor condição de ter um bom resultado individual.”

Zero Hora

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