São Paulo - Alberto Dualib inicia, nesta segunda-feira - quando o Conselho Deliberativo elege o presidente e o vice da diretoria e os seis membros do Conselho Fiscal -, a sua última gestão na presidência do Corinthians. No cargo há oito anos, ele diz que chegou a hora de passar o comando do clube mais popular do estado e o segundo mais popular do país para outro. “A minha cota de contribuição está esgotada. Estou cansado. A presidência do Corinthians exige um esforço muito grande. Para exercer bem o cargo tive de deixar meus negócios de lado”, garante Dualib, que completou 80 anos dia 1º de janeiro de 2000.

Ao contrário do que ocorreu nas últimas eleições, em que Dualib teve Marlene Matheus como uma ferrenha opositora, a de segunda-feira parece que deverá ser calma. É o que espera Calil Leôncio Mathias, vice-presidente do atual Conselho Deliberativo do clube. Até o momento nenhuma chapa de oposição a Alberto Dualib foi registrada para o pleito.

A possibilidade de um grupo de conselheiros complicar as pretensões de Dualib ficar no comando do clube por mais dois anos antes de se aposentar é remota. “Pode aparecer um candidato até o último momento. Mas não acredito nisso, pois a Marlene e o Damião, a princípio os dois únicos que fazem oposição declarada ao Dualib, nem conselheiros são. O estatuto do clube proíbe que sócios que não sejam conselheiros se candidatem à presidência”, avisa Calil.

Atualmente são 292 conselheiros, entre vitalícios e quadrienais, em condições de votar. Eles vão reeleger Alberto Dualib e Clodomil Antonio Orsi, presidente e vice da diretoria, e o Conselho Fiscal, formado por três conselheiros efetivos e três suplentes. Se quisesse, Dualib poderia ser mais uma vez candidato. O estatuto, alterado em 99, não limita o número de reeleições.

A última reeleição de Dualib foi em 98. Na ocasião, a Assembléia Geral elegeu o atual Conselho Deliberativo e o presidente e o vice da diretoria. Como o tempo de duração do mandato do Conselho Deliberativo é de quatro anos e o do presidente e vice é de dois, a permanência de Dualib no poder por mais um período de dois anos torna-se automática. “Quero dar lugar para uma uma nova safra dirigir o clube. Ninguém é eterno”, discursa Dualib. “Estou há oito anos como presidente e há quase quarenta em outros cargos no clube”, lembra o dirigente.

Antes de deixar o trono, Dualib disse que tem uma meta a cumprir. A primeira delas é entregar o estádio que a Hicks Muse, patrocinadora do clube, vai construir na rodovia Raposo Tavares. “A Hicks Muse vai investir US$ 150 milhões na construção de um estádio para 55 mil pessoas”, lembra. Os planos de Alberto Dualib para os seus últimos dois anos de gestão incluem também a inauguração da sede social do clube, que segundo ele ganhará as características de um shoping center, com todos os serviços inerentes, como praça de alimentação e até uma faculdade (Dualib fez um convênio com João Carlos Di Gênio, dono do Objetivo, que vai instalar no Parque São Jorge uma unidade da Unip, Universidade Paulista), agências bancárias e um museu.

Dualib sonha também em conluir as obras de dois centros de treinamento para o clube. Um, que o dirigente batizou de Vila Olímpica, na rodovia Ayrton Senna. O outro em Itaquera, local utilizado atualmente para treinos das equipes amadoras e, eventualmente, do time profissional. “Em Itaquera já existem quatro campos. Em um deles vamos fazer um lance de arquibancadas, utilizando o barranco como suporte, como o Pacaembu, que foi construído em um vale”, promete Dualib. A primeira convocação para a eleição, que será realizada no salão nobre do clube, será feita às 20 horas e a segunda às 20h30.

Agência Estado