Milão - O goleiro Dida, do Milan, ficou sem lenço nem documento. Isso porque, a exemplo de tantos outros brasileiros, como Warley, Alberto e Jorginho, todos da Udinese, e, mais recentemente, Jeda e Dedé, ambos do Vicenza, descobriu-se que ele também é portador de um falso passaporte português.
Desconfiado, após diversos problemas envolvendo sul-americanos, o vice-presidente do Milan, Adriano Galliani, agiu como detetive e resolveu investigar se o passaporte português de Dida era realmente legal. Depois de confrontar o passaporte do goleiro com os da dupla Warley/Alberto, ele descobriu que a assinatura do funcionário português, já procurado pela Interpol, era idêntica nos três documentos. Eureca.
Imediatamente, Galliani fez contato com a polícia de Milão e tratou de inscrever Dida na Liga Italiana como extracomunitário. Paralelamente, ele requereu para o goleiro um visto de permanência na Itália.
Ainda desconfiado dos seus comunitários, uma vez que o argentino Chamot também é suspeito de possuir documentos falsos, o cartola investigou Leonardo. E descobriu que o seu passaporte português é legal, pois o apoiador tem ascendência portuguesa.
Por sua vez, os brasileiros do Vicenza, Jeda e Dedé, de 21 anos, foram expulsos da Itália há poucos dias e ainda estão respondendo a processos. Desconfiados da autenticidade dos passaportes, a diretoria do Vicenza os encaminhou até a polícia local, que comprovou a fraude.
Dedé, segundo fontes ligadas ao clube italiano, voltará ao Campinas, time que pertence a Careca e de onde veio, enquanto Jeda parece disposto a retornar à Itália.
Verdadeira praga, a questão dos passaportes falsos ameaça minar a credibilidade do futebol italiano.