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Candinho já pensa em algum clube de São Paulo
Sexta-feira, 06 Outubro de 2000, 22h54

Teresópolis - Em clima de fim de festa, o técnico Candinho, 55 anos, vai dedicar a vitória sobre a Venezuela, caso ela ocorra, a seu amigo Wanderley Luxemburgo, que o levou à seleção brasileira em 1998, quando assumiu o cargo. "É mais do que merecido", disse.

Por se dizer fiel ao companheiro, o treinador já respondeu ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, que deixa o comando da equipe após a partida deste domingo, independentemente de qualquer resultado. E, ainda este ano, pode assumir um clube.

Teixeira gostaria que Candinho ficasse no cargo até o jogo diante da Colômbia, no dia 15 de novembro, no Morumbi, mas ele não aceitou. "Cheguei à seleção com o Luxemburgo e vou sair com ele", justificou.

"Só dirijo o time na Venezuela, porque não havia tempo para que a CBF chamasse outro treinador." Como a Copa João Havelange está na metade, Candinho acredita ser difícil trabalhar em alguma equipe ainda este ano. Todas têm técnico.

No entanto, já existem clubes pensando em contatá-lo a partir de segunda-feira. Um deles é a Portuguesa. O treinador também pode ser convidado pelo São Paulo, caso Levir Culpi seja mesmo confirmado como técnico da seleção brasileira.

"Trabalhar em qualquer clube de São Paulo é muito bom", reconheceu. Seu primeiro plano, contudo, é descansar durante algumas semanas e ficar com a família, fato raro nos últimos dois anos por causa das viagens com a seleção.

Embora esteja desempregado a partir deste domingo, Candinho garante não ter nenhuma preocupação quanto ao seu futuro. "Uma coisa que nunca faltou em minha vida foi convite para trabalhar." Ele é técnico há 22 anos e diz que aprendeu muito com Oswaldo Brandão e Rubens Minelli.

Apesar de estar saindo de uma forma melancólica, o treinador acha que foram válidos os dois anos em que trabalhou como auxiliar de Wanderley Luxemburgo. "Aprendi muita coisa nesse tempo e sei que, no futebol, o que conta é resultado", afirmou. "Infelizmente, não conseguimos."

Irreverente, não mudou o comportamento nos últimos dias. Tratou um batalhão de repórteres com a mesma paciência de sempre e não se cansou de responder às mesmas perguntas por diversas vezes. Ao mesmo tempo, não poupou palavras para expressar sua opinião.

Quando indagado, por exemplo, sobre o clima difícil da seleção e sobre as declarações do lateral Cafu de que o ambiente não era dos mais alegres, ele disse: "Tudo isso é frescura; futebol é dentro de campo e o importante é marcar gols e não sofrer."

Agência Estado


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