O veterano Tim Hardaway voltou de Sydney em estado de graça, com a medalha de ouro no peito e um contrato que faz dele o armador mais bem pago da NBA. Ao encontrar no treino os três reforços trazidos pelo Miami Heat, o jogador fez uma avaliação otimista demais para a próxima temporada, que começa no dia 31.
Com as chegadas de Eddie Jones, o maior ladrão de bolas da liga, e dos alas-pivôs Brian Grant e Anthony Mason, a equipe ficou boa de briga e se candidata ao título inédito, ousando quebrar a hegemonia dos rivais da Conferência Oeste.
“O pessoal do Oeste não vai mais encontrar tanta moleza. Fizemos grandes contratações, outras equipes do Leste também se reforçaram e penso que as coisas estarão de igual para igual na corrida pelo título. O Miami certamente está entre os favoritos”, afirmou Hardaway.
O Heat investiu alto para formar um quinteto respeitável, o melhor do lado do Atlântico. Enquanto isso, o vice-campeão Indiana Pacers e o New York Knicks perderam jogadores importantes, respectivamente os pivôs Rik Smits e Patrick Ewing, e não seriam rivais à altura do time do técnico Pat Riley. O Orlando Magic gastou aos tubos com Grant Hill e Tracy McGrady, mas ainda não é suficiente para ter as mãos na taça.
Mas o desequilíbrio de forças entre as conferências continua. O Los Angeles Lakers manteve sua base campeã e ainda contratou Horace Grant e Isaiah Rider. O Portland Trail Blazers agora possui quatro dos melhores gigantes da liga: Arvydas Sabonis, Dale Davis, Rasheed Wallace e Shawn Kemp. O San Antonio Spurs segue com as Torres Gêmeas, Tim Duncan e David Robinson.
Em pesquisa promovida sexta-feira pela ESPN com 50 mil internautas, a maioria (33%) considera que o Miami é o time que mais melhorou o elenco. Isso seria suficiente para acabar com o domínio do Oeste? “Espero que sim. Nas Olimpíadas, alguns companheiros de seleção que jogam no Oeste faziam piadinhas, diziam que iremos apanhar feio de novo no All-Star Game. Quero provar o contrário”, disse o pivô Alonzo Mourning.
Resta saber se o Heat não cometerá o mesmo pecado dos três últimos anos: amarelar nos playoffs para o arqui-rival New York.