Por Alexandre Mata Tortoriello
São Paulo – Michael Schumacher chega a seu terceiro título mundial, mas como ocorreu em outras disputas, em meio a muita controvérsia. Desta vez ele não precisou bater em ninguém, como em 1994, quando jogou o carro em cima de Damon Hill, mas fez usos de meios que beiram a ilegalidade.
Schumacher aparentemente não contou com um mecanismo para melhorar o desempenho na largada, ao contrário de da BAR de Jacques Villeneuve, mas a Ferrari usou as brechas do regulamento para resfriar o combutível a partir do Grande Prêmio da Itália, tornando-o mais denso e dando mais potência ao motor. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proíbe que os carros e os sistemas de reabastecimento refrigerem o combustível, mas não impede que a gasolina fique em um tanque refrigerado antes de ser levada para a bomba e daí para o carro.
No início da temporada, Schumacher também se envolveu nas discussões sobre o fim do limitador de velocidade, que impede que os pilotos ultrapassem a velocidade máxima permitida nos boxes. FIA queria abolir o equipemento, por suspeitar que as equipes escodiam algum tipo de controle de tração no sistema. Após muita reclamação de alguns pilotos e equipes, com Schumacher empunhando a bandeira a favor do limitador, a entidade voltou atrás.
Não foi a primeira vez que a Ferrari se valeu de jeitinhos para burlar as regras. No Grande Prêmio da Malásia, em 1999, Eddie Irvine foi desclassificado por medidas irregulares no aerofólio dianteiro. A questão foi a julgamento e a punição retirada. A alegação foi de que a diferença de 5 milímetros estava dentro da magem de erro estabelecida no regulamento.