Porto Alegre - Mariana Martins, a judoca gaúcha de apenas 17 anos, até que estremece os lábios, mas mantém a cabeça erguida e firme ao falar do seu resultado nos Jogos de Sydney.
"Há dois momentos no judô. Um em que se sai da luta com a impressão de ter ido mal. Outro em que se percebe que se lutou bem. Eu lutei bem. Deve ter faltado experiência", explica a atleta, que perdeu a primeira luta para a alemã Anna-Maria Gradante, bronze nos Jogos na categoria ligeiro.
O tatame com telões, luzes, holofotes e câmeras por todos os lados assustaram um pouco. "Passa de tudo pela cabeça. Que a gente está representando o país, que vai estar todo mundo nos assistindo", explica.
Mariana gostou da experiência de conhecer atletas de todas as localidades do mundo. "A gente vê ao vivo pessoas que aparecem todo o dia na televisão. E elas são iguais a nós", avalia.
Estudar para o vestibular é o próximo passo. Ela quer cursar Educação Física. Pensa no futuro, mas está longe de largar o judô. Segundo ela, há mais três olimpíadas pela frente.
"Este ano, larguei tudo pela Olimpíada. Não fui para a praia, passei a Páscoa no Japão. Não comi chocolate!", exclama, indignada. "Treinava os três turnos, mas a experiência de uma olimpíada é uma coisa que ninguém pode me tirar."