Sydney - Mesmo sem ter conquistado nenhuma medalha, a técnica da equipe feminina de judô, Cristina Madeira, fez um balanço positivo da modalidade nos Jogos de Sydney. Logo depois da derrota de Priscila Marques para a francesa Christine Cicot, na repescagem, quando tentava uma vitória que a levaria à disputa do bronze, Cristina lembrou que a participação feminina do Brasil vem melhorando a cada olimpíada.
"Em Barcelona nenhuma das meninas conseguiu sequer passar da primeira fase. Este ano, superando Atlanta, colocamos três - de cinco lutadoras - em sétimo lugar. É um avanço considerável", diz ela.
Para a treinadora, as lutadoras brasileiras têm uma deficiência crônica. "Nós não temos pegada. Treinamos com homens, mas ainda não conseguimos fazer com que as meninas evoluam nesse aspecto", disse ela.
O Brasil trouxe para Sydney, Edinanci da Silva, Mariana Martins, Priscila Marques, Tânia Ferreira e Vania Ishii. Segundo a treinadora, a primeira medalha do Brasil no judô feminino virá na próxima olimpíada, na Grécia.
Priscila Marques lamentou a eliminação, mas reconheceu a superioridade das adversárias. "Enfrentei adversárias tão fortes, que quando você pegava nos ombros delas, parecia que estava pegando numa pedra", comparou. Além da francesa, Priscilla enfrentou a chinesa Hua Yuan, a neozelandesa Iredale Fiona e Li Hi Siao, do Taipé. "Eu não conseguia lutar. Não conseguia nem pegar nelas. Tanto que teve uma luta que eu ganhei na bandeira, mas não merecia, porque não lutei", admitiu.
Priscila disse que se sentia tranqüila em relação a seu desempenho. "Entre 32 atletas, eu fiquei em sétimo, o que é muito bom. Fiquei só um pouco frustrada porque no Mundial eu cheguei em quinto e achei que aqui eu poderia melhorar esse retrospecto", ponderou.
A equipe de 12 judocas do Brasil volta para casa com 2 medalhas de prata, obtidas pelo peso-leve Tiago Camilo e o peso-médio Carlos Honorato. Em Atlanta foram duas de bronze - com Aurélio Miguel e Henrique Guimarães.