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Marcel defende renovação na seleção
Segunda-feira, 09 Outubro de 2000, 17h36

São Paulo - Uma das maiores decepções do esporte brasileiro relacionado à Olimpíada não estava em Sydney. A não-classificação do basquete masculino para os Jogos - o que não ocorria desde 1976, na Olimpíada de Montreal - foi um duro golpe em uma categoria que já trouxe três medalhas de bronze para o País (1948, 1960 e 1964). Com a aposentadoria na seleção de uma geração competitiva liderada pelo cestinha Oscar, não houve uma reposição à altura, ao contrário do feminino.

Para não ficar fora da disputa em Atenas, em 2004, o basquete masculino do Brasil precisa reagir já no próximo Mundial, em 2002, em Indianápolis, nos Estados Unidos. O fato de apenas duas seleções das Américas (EUA e Canadá) classificarem-se entre as oito primeiras no último Mundial, na Grécia, dificultou a participação do Brasil para Sydney, pois foram distribuídas seis vagas para a Europa e apenas duas para o continente americano. "Por isso, precisamos pensar em fazer um trabalho a médio prazo, já visando o Mundial", alerta o ex-jogador Marcel, atualmente técnico do Pinheiros.

Marcel acredita que a seleção precisa se modernizar tanto na estrutura e organização e como na parte tática. Para ele, depois de perder Oscar, com 2,05 metros, a seleção nunca mais teve um ala com a altura ideal para marcar os adversários da mesma posição. "Nossos alas para a posição são baixos e não temos ninguém hoje para a função."

De acordo com Marcel, a saída é investir na formação de jogadores. Ele acredita que o País tem potencial para formar atletas, mas deve ter um comprometimento entre federações, clubes e patrocinadores. "Se Cuba consegue, por que não podemos?", indaga.

Para o presidente da Federação Paulista de Basquete (FPB) e vice da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Antônio Chak Mati, a ida de jogadores veteranos para os clubes do Rio pode ajudar no surgimento de novos valores. "Os jovens agora têm espaço para atuar em São Paulo", diz. Um dos problemas do basquete masculino, na visão do dirigente, é a ausência de um ídolo. Segundo ele, a federação chegou a pressionar os clubes para que os atletas fiquem na quadra, após as partidas, atendendo os torcedores. "Só assim criaremos um elo."

Os últimos resultados do Brasil deixaram o presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, otimista. Depois de naufragar no pré-olímpico, o Brasil venceu o pan-americano e ainda detém o título sul-americano. Recentemente, a seleção ganhou o Torneio Super Four, na Argentina, e ficou em terceiro no Torneio Internacional de Acrópolis, na Grécia.

Segundo Grego, a CBB implantou a "escada" no basquete masculino - seleções infantil, juvenil, sub-21 e novos - afim de acompanhar as novas gerações. Para 2001, a CBB promete pôr em prática o Projeto Desenvolvimento e Busca de Talentos, dirigido para pivôs, com a organização do ex-jogador Ubiratan. Serão selecionados jovens entre 12 a 16 anos, com altura superior a 2,00 metros.

Agência Estado


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