Milão - Jogadores e técnicos do Campeonato Italiano estão se mobilizando para limitar o número de jogadores estrangeiros na competição e assim privilegiar os jovens talentos nacionais.
A idéia inicial é limitar a quota de estrangeiros a cinco por clube para revitalizar o futebol italiano, cuja seleção nacional conseguiu se recuperar ao conquistar uma vitória sobre a Romênia (3 a 0) pelas Eliminatórias Européias da Copa de 2002.
Os fabulosos salários pagos aos estrangeiros preocupam os jogadores italianos, que se consideram tão ou mais talentosos que eles. Alessandro Nesta, Francesco Totti e Filippo Inzaghi o disseram de maneira clara e aberta.
O jogador da Lazio de Roma Nesta apoiou nesta quarta-feira o pedido de aumento de salário de seu adversário Totti, da Roma. A prorrogação do contrato deste último até 2003, por parte do presidente da Roma, Franco Sensi, só aconteceu muito depois das negociações para a contratação do atacante e estrela do futebol argentino Gabriel Batistuta, que saiu da Fiorentina.
"Francesco merece ganhar o mesmo que Batistuta", afirmou Nesta a La Gazzetta dello Sport. "Ele é o capitáão da Roma e suas atuações levam muita gente ao estádio".
O centro-avante da Juventus de Turim, Filippo Inzaghi, disse que no início da carreira teve dificuldades para estabelecer seu nome na Atalanta de Bérgamo, devido a concorrência com os estrangeiros. O irmão de Inzaghi, Simone (agora na Lazio) também teve dificuldades para "se destacar" no Piacenza antes de se impor em uma grande equipe.
Inzaghi defende a limitação do número de estrangeiros. "Penso que os clubes não deveriam contratar somente jogadores estrangeiros renomados, para dar uma oportunidade aos talentos italianos", disse.
Giovanni Trapattoni, o novo técnico da seleção italiana, que substitui Dino Zoff, também considera que esta limitação favoreceria o aparecimento de jovens talentos na seleção.
"Com menos estrangeiros surgia gente como (Gianni) Rivera e (Giuseppe) Mazzola. Os clubes devem entender que é preciso ter confiança nos jovens", disse.
"Somos campeões da Europa na categoria sub-21, e nos Jogos Olímpicos de Sydney, apesar de termos sido eliminados pela Espanha, realizamos uma boa campanha", declarou.
"Queremos fazer um pacto de honra com os clubes para limitar a quota de estrangeiros a cinco por clube. Quando estava na Fiorentina no ano passado, sempre preferia escalar um jogador -italiano- jovem do que um estrangeiro", acrescentou.