Atenas - A disputa entre os organizadores e o governo grego sobre quem tem o controle dos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, está preocupando o Comitê Olímpico Internacional (COI). "Seria trágico arruinar a próxima Olimpíada com esta disputa política", afirmou nesta quarta-feira o vice-ministro de Desenvolvimento da Grécia, Alekos Kalafatis, numa conferência de imprensa sobre os benefícios econômicos dos Jogos.
Burocracia e desencontros freqüentes têm comprometido os esforços dos organizadores desde o início. Em abril, o COI alertou as autoridades gregas de que esses problemas ameaçam a realização, no país, da próxima Olimpíada.
No entanto, o confronto persiste, apesar de o primeiro-ministro grego, Costas Simitis, dizer que supervisionaria o progresso dos trabalhos. Simitis colocou a carismática Gianna Angelopoulou, principal responsável pela escolha de Atenas para sede dos Jogos de 2004 no Comitê Organizador.
O COI advertiu que Atenas deve escolher em um mês a emissora de tevê oficial dos Jogos e determinar a data em que adiantará 25% das instalações esportivas que estão por construir. "Vou pedir a eles uma trégua de quatro anos, porque tem de haver unidade", disse o vice-presidente do COI, o belga Jacques Rogge. O ministro do Trabalho Público da Grécia, Costas Laliots, reconheceu que será muito difícil seguir o exemplo de Sydney. "Mas o COI deve nos deixar trabalhar, sem ultimatos."
A disputa entre o governo e os organizadores gregos cresceu na última Olimpíada. O Comitê Organizador foi acusado de gastar muito em Sydney, onde teria investido cerca de US$ 1,6 milhão em promoção. Angelopoulou não comentou os boatos de que teria chantageado Simitis com sua renúncia, se não tivesse plenos poderes sobre a organização dos Jogos.