Rio - Termina nesta quarta-feira a licença do presidente eleito do Internacional, Jarbas Lima, para tratamento de saúde. A licença de um mês foi pedida ao Conselho Deliberativo porque Lima se sentia estressado. Segundo seu assessor, Luís César Souto de Lima, é provável que seja pedida uma prorrogação de dez a quinze dias.
"As avaliações dos médicos estão atrasadas", justificou ele, acrescentando que um retorno definitivo de Lima ao cargo dependerá da palavra da família. O presidente eleito sofre de hipertensão e o volume de problemas que enfrentava no Inter levou-o ao esgotamento. Segundo algumas fontes, a família do presidente é contra o seu retorno.
Na noite de segunda-feira, três líderes de correntes oposicionistas - Paulo Rogério Amoretty, Arthur Dallegrave e Fernando Carvalho - se reuniram para avaliar a crise do clube e projetar estratégias para as eleições do Conselho Deliberativo, em dezembro. Concluíram que o retorno imediato de Lima é desejável. "Ele é o único capaz de unir o clube", afirma Carvalho, que foi derrotado por Lima na eleição presidencial de dezembro de 1999.
É uma referência indireta ao presidente em exercício, o vice de futebol Fernando Miranda, considerado um homem de diálogo difícil por todas as correntes. Miranda é o líder do Movimento Inter 2000. Na eleição para presidente, por achar que seu temperamento poderia lhe tirar votos, preferiu indicar Jarbas Lima (então um ex-deputado sem muita influência no clube, mas bom político) e ficar com a primeira vice-presidência e a vice-presidência de futebol. Muita gente da oposição acredita que Miranda e Lima brigaram, mas os dois desmentem isso.
A verdade é que, por pior que esteja sua saúde, Jarbas Lima não pode abdicar do cargo antes do fim do ano. O estatuto diz que caso o presidente renuncie antes de completada metade do mandato, o cargo será preenchido através de eleição. O caldeirão colorado ferveria mais ainda. Assim, se quer mesmo renunciar, o presidente eleito prorrogará sua licença médica várias vezes, até janeiro chegar.