Porto Alegre - Pelas mãos de Helder Maciel Araújo e Alessandro Fabiano Oliveira começam as chances de o Brasil ganhar suas primeiras medalhas na Paraolimpíada de Sydney, a partir das 3h30min desta quinta-feira (horário de Brasília). Os dois serão os primeiros judocas da equipe (deficientes visuais) a testar suas habilidades. No mesmo dia, também no centro olímpico, o basquete (portadores de deficiência mental) começa sua trajetória, com boas expectativas.
Alessandro Fabiano é um veterano e está em sua terceira paraolimpíada. É uma das boas possibilidades de medalha na categoria dos 66 quilos exatamente por essa experiência. Helder lutará nos 60 quilos. O técnico Fernando da Cruz garante que sua equipe pode ser enquadrada entre as mais respeitadas, ao lado de Japão, Estados Unidos, França e Alemanha.
Das sete categorias presentes em Sydney, o Brasil estará representado em cinco. Numa paraolimpíada, os lutadores se enfrentam entre si nas faixas B1, B2 e B3 (denominação criada para indicar o grau de deficiência do atleta). O tempo de luta é o mesmo das olimpíadas, cinco minutos, e o sistema de disputa, igualmente: são duas chaves, e os campeões se enfrentam pelo ouro. Os perdedores dos campeões de cada chave lutarão pelo bronze.
Por causa desse sistema é que o treinador Fernando da Cruz recomenda a maior concentração, especialmente na primeira luta. Começar com vitória dá o estímulo necessário para uma boa campanha em um esporte que se resolve no detalhe, em frações de segundo.
Também é nessa medida de tempo que o basquete ganha sua definição. E para que tudo dê certo um dos elementos principais é o entrosamento. Com jogadores todos de Mauá, interior paulista, os responsáveis pelo basquete acreditam numa boa largada, contra Portugal. Ainda fazem parte da chave, as seleções da Polônia e dos Estados Unidos. O retrospecto registra um quarto lugar no último mundial, disputado no Brasil em 1998.
Entenda as modalidades
Basquete
• Atletas – amputados, paraplégicos e portadores de seqüela da poliomielite. Todos utilizam cadeira de rodas.
• Regras – são iguais às da Federação Internacional de Basquete (Fiba), com adaptações. A cada dois movimentos para impulsionar a cadeira, o atleta tem que quicar a bola pelo menos uma vez. É falta técnica colocar o pé no chão ou levantar da cadeira.
Judô
• Atletas: portadores de deficiência visual.
• Regras: são iguais às da Federação Internacional de Judô (FIJ), com adaptações. Não há punição para a ultrapassagem da área de combate no tatame, e as advertências são feitas por sinais sonoros. No início da luta, a pegada é feita pelo juiz e logo desfeita. Todas as vezes em que há separação física, o combate é interrompido.