Rio - Evaristo de Macedo não concordou com a estrutura montada pela CBF para a seleção brasileira. Ele afirmou que não se surpreendeu com a declaração de Luiz Felipe Scolari, que se negaria a trabalhar com os poderes limitados e disse que muitos treinadores têm a mesma opinião.
Para o treinador do Bahia, Antônio Lopes terá muito mais poderes do que os antecessores Zagallo e Zico. “Zagallo não opinava nada na época em que trabalhou com o Parreira. Ele
era a Rainha da Inglaterra, como foi o Zico. Não é o mesmo que acontece agora, com o Lopes. Pelo que eu tenho lido, ele vai ter todos os poderes para decidir”, disse Evaristo.
Evaristo de Macedo também não concorda que o coordenador-técnico tenha controle sobre o trabalho do preparador físico e do treinador de goleiros. “As funções desses profissionais estão diretamente ligadas ao treinador. Ele costuma conversar principalmente com o preparador físico para combinar qual o melhor tipo de treinamento. O treinador deve ter autonomia para decidir. Afinal, quando o pau ronca, a cabeça dele é a que cai primeiro. Quando fica ruim, os ajudantes, os assistentes e os coordenadores ficam quietos. Ninguém é solidário”.
Evaristo critica até os integrantes da comissão técnica da seleção brasileira. “É só ver o caso do Wanderley. Após ele ser demitido, só pediu para os demais integrantes da comissão técnica permanecerem para não falarem que ele ficou enraivecido. Se era uma filosofia, eles deveriam sair juntos. É diferente de se chegar a um clube e se concordar com as pessoas que estavam lá. Mas cada um tem o seu pensamento e eu respeito”.
Quanto ao substituto de Wanderley Luxemburgo... !O melhor treinador para a seleção brasileira no momento é aquele que queira se enquadrar no novo sistema da CBF. Pelo que estou entendendo, o treinador perdeu muito poder. Pela cultura do futebol isso não é normal e não é bom. O jogador quer saber quem é o responsável por ele, não quer saber de divisão de comando. Senão, são formados grupinhos”.