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Fifa quer proibir transferência de menores
Quinta-feira, 19 Outubro de 2000, 01h53

São Paulo - A Fifa iniciou uma luta contra os empresários mentirosos de todo o mundo, que muitas vezes levam jogadores para a Europa iludindo-os com propostas de independência financeira que não se confirmam. Ao chegar à Europa, esses atletas deparam-se com uma realidade totalmente diferente: contratos longos, salários irrisórios e uma vida de solidão em seus novos clubes. Preocupado com este fenômeno, o presidente da entidade, o suíço Joseph Blatter, declarou em entrevista ao Estado que, na nova legislação para as transferências, as negociações de futebolistas com idade abaixo de 18 anos deverão ser impedidas. "É preciso proteger os jovens jogadores", decidiu o presidente.

Segundo Blatter, este ponto também evitaria que os clubes que investem na formação de novos talentos tenham prejuízos, justamente no momento em que o jogador chega ao profissionalismo.

Toda a discussão sobre transferências iniciou-se quando o dirigente se manifestou contra a retirada das altas multas rescisórias em negociações de jogadores entre clubes europeus. Somente quando o assunto passou à esfera política, com a entrada da União Européia (UE) na questão, o presidente da Fifa teve de negociar com a Uefa, entidade que dirige o futebol na Europa.

Pressionadas pela UE para chegarem a um acordo até o dia 29, ambas as entidades criaram uma comissão que irá definir um modelo para a nova legislação. Caso não haja concordância, a UE já adiantou que tomará uma decisão por conta própria. "Os regulamentos sobre transferência não podem ser abolidos em sua totalidade'', destacou Blatter, mostrando que as discussões ainda devem ser árduas.

O dirigente admitiu, no entanto, que alguns dispositivos precisam ser adaptados à legislação da União Européia. No dia 6, conseguiu um acordo que prevê a compensação aos clubes nas transferências de atletas com menos de 24 anos. "O cálculo da indenização será baseado em um modelo ainda a ser estudado'', adiantou Blatter, sinalizando que os valores devem ser reduzidos em relação aos atuais.

Com o fracasso da última reunião, na semana passada, dificilmente Blatter conseguirá convencer a Uefa a manter as elevadas multas rescisórias nas transferências de futebolistas com mais de 24 anos de idade.

Ele aproveitou para rebater as afirmações de dirigentes da Uefa, de que alguns membros da Fifa estariam protelando as discussões. "Já na primeira reunião, convocada pela Fifa, o grupo de trabalho concordou com uma série de princípios que devem formar a base da proposta", disse o dirigente, citando a implementação de uma duração mínima para os contratos. "Foi um consenso entre os participantes."

Televisão - Blatter também criticou a excessiva interferência das redes de televisão nos campeonatos de futebol, incluindo neste caso o Brasil. Apesar de entender que futebol e televisão sempre tiveram um relacionamento mutuamente benéfico, o presidente da Fifa disse não concordar que a televisão tenha tanto poder, a ponto de definir os horários e locais das partidas, como ocorre atualmente nas Copas João Havelange e Mercosul.

"A relação funciona bem enquanto cada lado não impõe unilateralmente todas as condições", observou. Ele ressaltou ainda que, em último caso, as decisões em geral sobre a organização das competições devem ficar a cargo do futebol.

Sobre a manutenção das competições de futebol na Olimpíada, ele voltou a afirmar que o sucesso de público nos Jogos de Sydney, terminados recentemente, deve fazer com que a modalidade continue a ser disputada em Atenas 2004. Ele deu como exemplo de interesse do público a disputa pela medalha de ouro entre Camarões e Espanha, que contou com mais de 100 mil espectadores no Estádio Olímpico de Sydney, Segundo Blatter, o modelo da competição, a ser definido com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antônio Samaranch, será ser anunciado em breve. "Deverá ser levada em conta a harmonização do calendário mundial", observou o dirigente, que trabalha pela unificação das datas de todos os campeonatos nacionais e a implementação, a partir de 2009, de uma Copa do Mundo bienal.

Ele admitiu até mesmo a possibilidade de a competição olímpica continuar permitindo a inscrição de três jogadores com idade acima de 23 anos. "Só garanto que seleções completas, da Copa do Mundo, não disputarão a Olimpíada."

Mundial - Ao confirmar a realização do Mundial Interclubes de 2001 na Espanha, em agosto, com a participação de 12 equipes, Blatter fez questão de ressaltar que o Corinthians é o atual campeão mundial. Ele evitou referir-se diretamente à Copa Toyota, decisão realizada anualmente no Japão que, mesmo reunindo o campeão sul-americano e o europeu, não é reconhecida pela Fifa.

Antes da criação do Mundial Interclubes, realizado pela entidade em janeiro, no Brasil, a Toyota era a única competição que definia um clube campeão do mundo. "Para Fifa, o vencedor do primeiro Campeonato Mundial de clubes é o campeão mundial, e este é o caso do Corinthians'', ressaltou Blatter. "Não quero denegrir outros eventos, mas para um campeonato mundial são necessários times do mundo todo e não de apenas dois continentes'', completou.

O Estado de S.Paulo


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