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Falta de dinheiro ameaça paraolimpíadas em Atenas
Sexta-feira, 20 Outubro de 2000, 02h46
Atualizada: Sexta-feira, 20 Outubro de 2000, 02h47

São Paulo Em plena primeira semana de disputas nos Jogos Paraolímpicos de Sydney, cresce a preocupação em torno da próxima edição da disputa - prevista para 2004, na seqüência dos Jogos Olímpicos de Atenas. Tanto que o próprio Comitê Paraolímpico Internacional ameaça não realizar a tradicional entrega da bandeira aos organizadores dos próximos Jogos.

Tudo por conta de incertezas relacionadas a patrocínio. Apesar de os investimentos nos Jogos Paraolímpicos de Sydney terem sido em torno de 20% maiores do que os feitos em Atlanta, há quatro anos, fica difícil sustentar os gastos que requerem uma organização desse tipo.

De acordo com Yabti Sujatna, gerente de comercialização dos Jogos Paraolímpicos, "em comparação com as Olimpíadas, os Jogos Paraolímpicos ainda têm muito o que se desenvolver, porque trata-se de um evento `jovem' e não tão conhecido".

A organização dos Jogos Paraolímpicos entrou nas disputas em Sydney com recursos em torno de US$ 48 milhões de sua Federação Internacional. Além disso, recebeu US$ 50 milhões do governo australiano e espera conseguir US$ 22 milhões com a venda de ingressos. Os valores são consideravelmente baixos se comparados aos bilhões de dólares que são movimentados nos Jogos Olímpicos, que contam com o investimento altíssimo das tevês que transmitem as disputas para todo o mundo.

Falando grego E em Atenas, os problemas se acumulam. As obras na cidade escolhida como sede para os Jogos Olímpicos/2004 enfrentam um atraso no cronograma de obras de pelo menos três anos.

A crise que afeta a estrutura dos Jogos de Atenas atingiu Costas Liaskas, demitido na quarta-feira em função de desentendimentos com Gianna Angelopoulos-Daskalaki, a presidente do Comitê Organizador de Atenas/2004.

Antes de deixar o cargo de diretor-executivo do Comitê Organizador, Liaskas havia admitido que Atenas esteve ameaçada de perder a Olimpíada no início do ano e declarou em entrevista a uma rádio que a cidade "conseguiu superar os cartões amarelo e vermelho".

Foi uma referência clara às declarações de Juan Antonio Samaranch, presidente do Comitê Olímpico Internacional, que avaliou a preparação de Atenas para sediar os Jogos como "estagnada no amarelo" e deslizando para a perigosa "zona vermelha".

Esperança canadense - Em relação aos bem organizados Jogos Olímpicos de Sydney, continua a polêmica em torno dos italianos mencionados pelo jornal Corriere della Sera, que publicou no sábado uma lista com nomes de atletas de ponta que teriam no sangue quantidades acima das normais de hormônio do crescimento.

Desta vez, quem espera esclarecimentos sobre o caso é o Comitê Olímpico do Canadá, que entrou com pedido oficial no COI e na Wada (a agência mundial antidoping) para avaliar em que condições a canoísta italiana Josefa Guerini - citada na lista - conquistou a medalha de ouro.

Os canadenses investigam em causa própria, já que Caroline Brunet, prata na prova de caiaque, poderia ficar com a medalha de ouro no caso de confirmação de doping da italiana.

Jornal da Tarde


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