Rio - A crise financeira que vem rondando os Aflitos nos
últimos meses voltou a prejudicar a preparação da equipe do Náutico para uma
partida decisiva.
Na noite de sexta-feira, durante um coletivo comandado pelo técnico
Ademir Müller, os jogadores pediram a presença de um dirigente para
reclamarem dos salários atrasados e dos bichos que ainda não foram pagos.
Dessa forma, as atenções deixaram de estar voltadas para a partida desta
segunda-feira contra o São Caetano, em Recife, pelas quartas de final do
Módulo Amarelo da Copa João Havelange.
Tentando acalmar os jogadores, o diretor de futebol, Edson Nogueira, o
Edinho, foi a campo para explicar o porquê de não ter sido pago o resto do
salário do mês de julho após o jogo contra o Criciúma, como estava
combinado. Os atletas receberam apenas R$ 64 como prêmio pela classificação.
Edinho conversou com uma comissão formada por Alex Pinho, Luciano, Paulo
César, Mineiro, Moisés e Jorge Luis, e usou o mesmo discurso das vezes
anteriores.
“Eles tiveram de entender que ninguém tem como resolver esse problema.
Precisamos que todos os alvi-rubros se unam para ajudar o clube”, afirmou
Edinho.
Mas após a conversa, os jogadores demonstravam não estarem satisfeitos com
as explicações do dirigente. Os atletas ficaram mais chateados quando
souberam que cada jogador do São Caetano recebeu R$ 10 mil como prêmio pela
classificação.
“Teve renda e nós não recebemos nada. A gente quer ser transparente
principalmente com a torcida, que merece respeito e provou isso no jogo
decisivo contra o Criciúma. Ninguém melhor que os torcedores para ver que
tipo de dificuldade nós estamos passando aqui”, reclamou Mineiro.
Os jogadores vão se reunir com os chefes de torcida para explicarem a
situação. Segundo Edinho, a folha salarial do Náutico gira em torno dos R$
100 mil. Os atletas já pensam em deixar de treinar em tempo integral, como
vem sendo sugerido pela comissão técnica.
Alheio ao problema, Ademir Müller segue pensando no jogo contra o São
Caetano. Júnior voltará ao ataque após cumprir suspensão contra o Criciúma.
Alex Olinda e Aílton disputam a outra vaga no ataque.
Apesar de respeitar o adversário, Ademir garante que não teme o time
paulista. “Vamos respeitar o São Caetano porque foi o time de melhor campanha na
primeira fase. Mas nosso objetivo é a classificação e vamos lutar por ela”,
afirmou Ademir.