São Paulo - Nem o destaque proporcionado pela medalha de bronze por equipes do hipismo na Olimpíada ou até mesmo pelo refugo do famoso cavalo "Baloubet du Rouet", montado por Rodrigo Pessoa, também no Parque Eqüestre de Sydney, mudaram a situação de Bernardo Rezende Alves.

Sem recursos familiares suficientes e transformando os prêmios que recebe em concursos na verba necessária para seguir competindo, o cavaleiro ainda procura patrocínio. Fez um book, que já enviou a várias empresas, e vai encaminhar o currículo para Marlene Mattos, a empresária da apresentadora Xuxa, que também agencia atletas como os jogadores de futebol Roger e Caio; a atacante Virna, do vôlei, e o nadador Fernando Scherer.

"Só o Rodrigo, pelo nome e a condição que tem de competir, tem patrocínios", afirma Bernardo, referindo-se ao fato de o cavaleiro viver e competir na Europa desde o início da carreira. "O resto do hipismo depende de pais ou de famílias que investem."

O cavaleiro de 25 anos, que já provou o seu talento ao ajudar o Brasil na conquista da medalha de ouro por equipes nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg/99, com a égua "Atlética" emprestada por André Johannpeter, segue na busca de patrocinador, o que já dura alguns anos.

"Li uma matéria sobre a Marlene e decidi mandar meu currículo para ela", afirmou Bernardo, que vai apelar para a influência da empresária no mundo do entretenimento.

O cavaleiro mineiro é uma das atrações do Grande Prêmio Ford/A. Alves, a partir das 15h30 de hoje, na última das 38 provas que fecham o Concurso Internacional de Saltos Agromen, em Orlândia, interior de São Paulo.

Bernardo vai saltar o GP com o cavalo "Hudson". Também inscreveu a água "Diva", que vai estrear em um concurso da série principal, com obstáculos a até 1,50 m de altura. Os cavalos estão voltando de férias e, por isso, Bernardo não acredita que o course designer Guilherme Jorge monte um percurso de alto grau de dificuldade.

Bernardo terá entre os seus principais adversários os cavaleiros Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, e Vitor Alves Teixeira, na prova marcada para o Centro Hípico Agromen, de propriedade do haras do mesmo nome, um dos mais importantes do Brasil.

Depois de ir mal nas seletivas da Europa e ficar fora dos Jogos Olímpicos de Sydney, o experiente Vitor Alves Teixeira, de 42 anos, confia em um bom desempenho do cavalo "Jolly Boy" no concurso da série forte, que vai premiar o vencedor com um carro. "Ele ainda está um pouco barrigudo, mas acho que poderá ir bem na prova", disse Vitor sobre o animal que também ficou parado por três meses.

Como os outros cavaleiros, Vitor prepara-se para saltar o mais importante concurso em pista coberta do País, o Visa Indoor, no próximo fim de semana, na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo, e o Campeonato Brasileiro, que será disputado daqui a três semanas, em Porto Alegre.

O torneio de Orlândia (com concursos internacional, nacional, estadual, para escolinhas, provas de obstáculos de até 1,00 m e até 1,10 m e a Copa de Hipismo Rural) reuniu 895 animais entre quarta-feira e hoje e teve dotação em prêmios de R$ 110 mil.

Jornal da Tarde