Sydney -
A Austrália já mostrou ao mundo que é um país bonito, organizado, rico e de bem com a vida. Terminada a Olimpíada/2000, chegou a hora de o povo australiano mostrar que também tem coração. Embora, evidentemente, sem o glamour e os investimentos da competição anterior, a Paraolimpíada está sendo tratada no país de modo especial, educativo até.
Deixando de lado o público treinado de mais de 100 mil pessoas na festa de abertura, a platéia média nos ginásios não tem sido excepcional, mas tem futuro. Não há escola de Sydney que não tenha separado dez dias para que seus alunos acompanhem os Jogos e vejam com seus próprios olhinhos como os deficientes físicos podem e devem ser respeitados como cidadãos normais.
"Queremos que as crianças não apenas vejam os Jogos, mas que também sintam o que o esforço, a dedicação e a coragem são capazes de fazer. Temos certeza de que isso servirá para eles no futuro", diz Jacqui Morris, monitora de uma escola equivalente ao primeiro grau no Brasil.
Na ânsia de dar o recado à molecada, alguns exageros - como organizar em pleno pátio de estacionamento do Parque Olímpico, um torneio de cestas de basquete com crianças em cadeiras de rodas, simulando serem deficientes. A cada cesta `de três' o molequinho sai pulando feito um canguru. Não precisava tanto.