São Paulo - O presidente da CPI do Futebol, Álvaro Dias, reúne-se nesta terça-feira com os dirigentes da CPI da Nike, na Câmara, para combinar estratégia de atuação a fim de permitir que "uma comissão alicerce a outra na obtenção de informações". Mas Dias não abre mão da convocação do deputado e vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda (PPB-RJ), para depor no Senado. "É inevitável, ele é dirigente do futebol", afirmou, comentado estar entre os propósitos dos senadores investigar os clubes.
Dias quer evitar a "superposição desnecessária" de convocação de testemunhas na Câmara e no Senado. "Se a Câmara quiser ouvir o Ricardo Teixeira (presidente da CBF) agora, podemos deixar para ouvi-lo na finalização dos trabalhos". O senador não aceita, entretanto, realização de sessões conjuntas para que deputados e senadores interroguem juntos o mesmo depoente. Segundo Dias, o regimento prevê que o deputado pode no máximo participar da sessão como ouvinte.
PROCURADORES - A CPI do Senado será acompanhada permanentemente por dois procuradores do Ministério Público da União. A decisão é do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que atendeu nesta segunda-feira à solicitação de Dias. Esses procuradores receberão cópias de todos os depoimentos.
Brindeiro lembra que pela Constituição o relatório final de uma CPI deve ser encaminhado ao Ministério Público para a responsabilização criminal e civil dos investigados pela comissão. O acompanhamento dos trabalhos irá acelerar, segundo Brindeiro, eventuais medidas a serem tomadas no futuro.
O presidente da CPI também pediu ao procurador-geral informações até agora apuradas pelo Ministério Público no Rio de Janeiro no processo aberto para investigar denúncias contra o ex-técnico da seleção Wanderley Luxemburgo de sonegação de impostos e participação na venda de passes de jogadores. Ele deverá ser convocado a depor na semana que vem, após o segundo turno das eleições, e as informações dos procuradores são fundamentais para os senadores se prepararem para o interrogatório.