Rio - O treinador Wanderley Luxemburgo disse neste domingo, no Programa Cartão Verde, da TV Cultura, que irá à CPI do Futebol, no Senado, e está disposto a ajudar no que for necessário para esclarecer a situação do futebol brasileiro. O ex-técnico da seleção afirmou que jamais sofreu pressão para convocar qualquer jogador e afirmou que a Nike teve muitos prejuízos com ele.
"Eu liberei Ronaldo, na Austrália, onde a seleção brasileira iria realizar dois amistosos porque ele não poderia participar das duas partidas. O segundo maior contrato da Nike com um jogador brasileiro é com o Denílson. Eu o cortei e não o levei à Olímpiada. A Nike só teve prejuízos comigo. Então, como podem dizer que a empresa manda na CBF e tem poder até de influir nas convocações?", questionou Luxemburgo.
O ex-técnico da seleção brasileira afirmou que vai comparecer ao Senado.
"Estou à disposição da CPI para contribuir, desde que seja para o bem do futebol brasileiro. No entanto, não quero ser boi de piranha. Estou há dois meses nessa posição. Eu fui atropelado por um trator. Tudo o que a dona Renata Alves disse parte da imprensa tratou como se fosse verdade. Fui tratado como tivesse tentado um homicídio quando ela disse que estava sofrendo ameaças de morte. Depois, como traficante de cocaína e até como negociador do passe de jogadores. Mas duvido que alguém prove algo contra mim. Caso provem que eu participei da intermediação de um jogador, apenas um, deixo de ser treinador."
Luxemburgo disse que não consegue explicação para a perseguição que afirma ter sofrido.
"Não entendo por que esta avalanche. Não posso ter tantos inimigos. Não consigo também a explicação para mudança radical. Eu tinha 86% da preferência popular e passei a ser tratado como o maior bandido do País."
Wanderley desmentiu que não queira depor na CPI do Futebol, no Senado.
"Desautorizo qualquer cidadão a entrar com um habeas corpus para eu não depor. Vou ao Senado depor e ajudar no que for necessário para o futebol brasileiro."