RIO - O Ministério Público Federal (MPF) ainda espera uma resposta da juíza Valéria Caldi Magalhães, da 8ª Vara da Justiça Federal, à denúncia de que o atacante Romário, do Vasco, sonegou Imposto de Renda. No dia 14, o MPF encaminhou à Justiça um recurso para abertura de uma ação penal contra o jogador, o que inclui a quebra de seu sigilo bancário.
Em processos similares, a decisão costuma ser quase imediata, como aconteceu com o ex-técnico da seleção Wanderley Luxemburgo, cujas contas foram abertas.
No domingo, o treinador reclamou que o seu caso teve uma repercussão muito maior do que o de Romário. Questionado sobre esta afirmação, o atacante vascaíno concordou, atribuindo a diferença à situação de cada um dos processos. "Claro que tem de ser assim. Eu já provei que não tenho nenhum problema, enquanto ele ainda não provou isso."
O atacante refere-se ao fato de Valéria ter rejeitado a primeira denúncia do MPF contra ele, alegando que não havia provas suficientes. Desta vez, no entanto, foi anexado ao processo um documento da Receita Federal, informando que Romário sonegou Imposto de Renda. Segundo a autarquia governamental, o jogador deve R$ 1.133.105,21, referente ao período entre 1993 e 1994, quando Romário atuava no Barcelona, da Espanha.
Entre outubro de 1988 e janeiro de 1995, época em que esteve fora do País, o jogador não declarou Imposto de Renda, alegando que recebia seus salários e no exterior, mas a Receita informou que, mesmo assim, ele devia ter prestado contas ao Fisco brasileiro.
Por meio de seus advogados, o artilheiro da seleção entrou com um recurso administrativo na Receita para questionar o valor devido.
Se houver nova recusa da juíza Valéria, o MPF entrará com outro recurso no Tribunal Regional Federal (TRF), segunda instância.