Lisboa - O escândalo da falsificação de passaportes no futebol europeu ganhou hoje mais um capítulo. O secretário de Estado de Portugal, José Lello, revelou em entrevista publicada no diário Público, de Lisboa, que milhares de passaportes portugueses foram roubados em 99 nos consulados do país na Europa e alguns deles foram utilizados por jogadores extra-comunitários que atuam na Itália.
"A forma como essas operações foram desencadeadas nos mostra que se trata de um trabalho profissional. Provavelmente vinculado a mafiosos", disse Lello ao jornal. O secretário de Estado se disse surpreso ao descobrir que o roubo de passaportes estivesse ligado a futebol. "Sempre trabalhamos com a hipótese de que estes crimes tivessem relação com a imigração ilegal", admitiu ele.
O secretário acusa autoridades italianas de negligência. "Elas (as autoridades italianas) exercem um controle deficiente na verificação de documentos, especialmente em relação a jogadores brasileiros."
Neste semestre vários atletas tiveram problemas na Itália, acusados de portarem passaportes falsificados -casos de Dida (Milan) e Warley e Alberto (Udinese).
No início do ano, o meia Edu, do Corinthians, foi deportado para o Brasil. Autoridades inglesas constataram que o atleta havia apresentado passaporte português falso ao tentar entrar no país. Edu havia sido vendido ao Arsenal por US$ 9 milhões.