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Conselheiros querem mudar estatutos do São Paulo
Quinta-feira, 26 Outubro de 2000, 19h27

São Paulo - Um Conselho de Orientação e Fiscalização, para fiscalizar as grandes transferências de jogadores, como já existe em outros clubes, é o que pretende implantar no São Paulo, parte dos conselheiros. Se prevalecer a vontade deles, os poderes do presidente Paulo Amaral, vão diminuir bastante.

Tramita pelos corredores do Morumbi, proposta, que deve ser assinada pela maioria dos conselheiros, objetivando mudar o Estatuto do clube e, ao mesmo tempo, tirar do presidente o poder de responder sozinho pelas principais decisões do clube. De acordo com o Estatuto atual o presidente pode vender e comprar qualquer jogador independentemente do valor sem a necessidade de consultar o conselho porque o regime é presidencialista.

“Mas isso vai acabar”, garante o conselheiro vitalício Sebastião Duarte Gouvêia. Segundo ele, de acordo com o que deseja parte dos conselheiros, a mudança no Estatudo se faz necessária. “Queremos que o São Paulo tenha um COF-Conselho de Orientação e Fiscalização para dar a palavra final nas negociações que ultrapassarem o valor de R$ 1 milhão”. No caso, sempre que isso ocorrer o presidente, obrigatoriamente, terá de convocar o COF para aprovar ou não a negociação.

Outra exigência, segundo Gouvêia, diz respeito à prestação de contas das últimas transferências de jogadores do São Paulo para o exterior: “Pedimos durante uma reunião do Conselho Deliberativo que o presidente Paulo Amaral revelasse os nomes das pessoas que participaram das comissões durante as vendas dos nossos jogadores para o exterior. Mas ele disse apenas que houve o pagamento das comissões, sem revelar os nomes. Mas vamos continuar cobrando. Queremos os nomes”.

Roberto Malta, conselheiro vitalício é contra a proposta que propõe tirar os poderes do presidente. Ele alega que é uma incoerência porque o presidente é eleito pelos conselheiros que são os legítimos representantes dos associados. “Se isso acontecer será um desastre. Sou terminantemente contra a formação deste Conselho de Fiscalização”.

Já o presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, Paulo Planet Buarque, é mais comedido e informou que só dará um parecer final sobre a mudança no Estatuto quando a Comissão que foi formada, representada por um conselheiro de cada segmento político do clube, entregar-lhe um relatório definitivo sobre o assunto. “Mesmo assim, ainda iremos analisar por parte as sugestões de mudanças”. Procurado para falar sobre a alteração que deve ocorrer no Estatuto do clube, o presidente Paulo Amaral se recusou a dar entrevista, revelou a assessoria de imprensa do clube.

Agência Estado


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