São Paulo - Um dos casos relacionados a transferências de jogadores que vai ser investigado pela CPI do Futebol é o que envolve a venda do passe do meia Denílson, hoje no Flamengo.
No segundo semestre de 1997 ele foi vendido do São Paulo para o Betis, da Espanha, por US$ 30,5 milhões, naquela que tornou-se, na época, a maior negociação do futebol mundial, e ainda mantém-se como a mais cara do Brasil em todos os tempos. As maiores dúvidas recaem sobre a realização da operação cambial. Ao desrespeitar esse procedimento, encobre-se o valor negociado total ou parcialmente, impossibilitando a dedução dos impostos.
A desconfiança dos parlamentares ficou clara quando o empresário do jogador, Luiz Vianna, foi convocado para depor na CPI depois de ter sido descredenciado pela Fifa por suspeita de sonegação fiscal e evasão de divisas quando intermediou a negociação do passe de Edílson com o Flamengo.
Mas o presidente do São Paulo, Paulo Amaral, garantiu que não há como desviar recursos. “Todo processo passa, obrigatoriamente, pelo BC, o que impediria qualquer tentativa de sonegação na negociação do Denílson”, explicou.
O BC, por intermédio de sua Assessoria de Imprensa, afirmou que o Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros (Decif), órgão ligado à instituição e responsável pela investigação de operações suspeitas, não está autorizado a emitir pareceres sobre processos que ainda estão em andamento.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) faz questão de ressaltar que o caso Denílson vai ser analisado separadamente dos demais devido, exclusivamente, à peculiaridade dos valores envolvidos.
Baixinho – O único caso confirmado envolvendo jogador de futebol com sonegação de impostos, segundo o BC, é o de Romário. No início deste mês, após quatro anos de investigação, a Receita Federal concluiu que o atacante do Vasco sonegou mais de R$ 1 milhão nos anos de 1993 e 1994, quando jogava no Barcelona, da Espanha.