PARIS - A direção da Fifa deverá anunciar nesta sexta-feira, em Zurique, as conclusões de seu grupo de trabalho sobre o novo sistema de transferência de jogadores que será submetido à Comissão Européia na terça-feira.
Para a União Européia, o sistema atual de pagamento de indenizações fixadas apenas entre clubes, sem que o atleta seja consultado, é ilegal. O objetivo da comissão é fazer com que os jogadores profissionais sejam considerados trabalhadores, com liberdade para romper seus contratos mediante um simples aviso prévio, seguindo a legislação trabalhista.
A recomendação foi enviada pelos dirigentes da União Européia à direção da Fifa em dezembro de 1998. As mais altas instâncias do futebol internacional ignoraram o pedido até que a comissária européia de Esportes e Cultura, Vivianne Reding, e o comissário da Concorrência, Mario Monti, decidiram estipular o prazo de 31 de outubro para que a Fifa apresentasse uma solução.
A Fifa parte do princípio que transferências como as de Figo do Barcelona para o Real (US$ 60 milhões) são raras. Na França, transferências acima de US$ 6 milhões representam apenas 3% do total. O argumento da Fifa é que o fluxo de capital é positivo para o futebol, promovendo um movimento financeiro importante.
Outro argumento da Fifa é que a mobilidade dos jogadores já é considerável.
Se puderem abandonar seus clubes por meio de um simples aviso prévio, os clubes não vão conseguir montar grandes equipes.
Por isso, a Fifa vai defender a aplicação de um contrato com duração mínima e máxima, o estabelecimento de indenização para a transferência de jogadores com menos de 23 anos e a proibição de transferências internacionais envolvendo menores de 18 anos.