Zurique - A entidade que representa os jogadores profissionais de futebol (FIFpro) anunciou que não apóia as propostas sobre as transferências que o grupo de trabalho da Fifa/Uefa apresentará nesta terça-feira à Comissão Européia.
O francês Philippe Piat, vice-presidente da FIFpro disse que as propostas “não levam em consideração as necessidades dos jogadores” e, em particular, no que se refere à duração mínima dos contratos, que para a FIFA tem que ser de três anos
A FIFpro defende os direitos dos jogadores e dos trabalhadores europeus, com tudo o que isto implica: liberdade total no caso de rescisão unilateral do contrato, dos períodos das transferências durante o ano etc. “É o fim das conciliações entre a FIFA e UEFA. Na seqüência, nosso único interlocutor será a Comissão Européia. Que cada um assuma suas responsabilidades”, disse Piat.
O que se constata é que a FIFA e a UEFA trabalharam de maneira dispersa no assunto, apesar do diretor geral da entidade européia, Gerhard Aigner, e o presidente da internacional, Joseph Blatter, terem procurado amenizar seus atritos. Em particular, a UEFA acusa a FIFA de ter tentado negociar isoladamente, na quinta-feira, com a FIFpro, segundo uma fonte. Em todo o caso, os representantes dos jogadores também buscaram um acordo no último momento com a FIFA, através de Piat.
A única esperança de um acordo entre as partes está nas declarações feitas por Viviane Reding, da Comissão Européia encarregada dos esportes, na sexta-feira, em Lille, na França: “Tenho confiança: as propostas concretas do grupo de trabalho estarão prontas. Agora, os especialistas da Comissão devem analisá-las antes de sentarmos à mesa com os responsáveis do futebol. Junto veremos o que é possível fazer”.
Há dois anos a Fifa e Uefa foram advertidas a respeito do atual sistema de transferências que estaria contra a legislação européia sobre a competência e a livre circulação na União Européia.